Metade dos brasileiros (54%) que participaram do Mais Médicos desistiu do programa em até um ano e meio entre 2013 a 2017. O contrato prevê três anos de trabalho. A alta rotatividade preocupa especialistas, após Cuba romper o acordo com o Brasil no programa. Havana não aceitou as condições impostas por Jair Bolsonaro (PSL), que incluíam revalidação do diploma e mudanças na forma de remuneração.
Para comparação, mais da metade dos cubanos ficava mais de dois anos e meio no Mais Médicos. As trocas são mais expressivas em São Paulo e Mato Grosso: 70% dos participantes deixou o programa em até um ano e meio ???em SP, 40% não ficaram nem 12 meses.
Segundo especialistas, o perfil dos integrantes do Mais Médicos é de recém-formados, que querem trabalhar por um ou dois anos antes de começar a residência. Muitos se graduaram em instituições privadas e contrataram financiamentos para arcar com as mensalidades.
26 municípios ainda não tinham perspectiva de preencher todas as vagas após uma semana das inscrições do novo edital do Mais Médicos, aberto para preencher os postos vagos após a saída dos cubanos. Levantamento do Ministério da Saúde mostra que todas as 151 vagas ainda disponíveis estavam em municípios de maior vulnerabilidade socioeconômica ou em distritos sanitários indígenas.
Outra preocupação dos secretários está nos relatos que vêm sendo recebidos sobre possíveis desistências de inscritos, algo comum em anos anteriores. Em nota, o Ministério da Saúde diz que “está adotando todas as medidas para garantir a assistência dos brasileiros atendidos pelas equipes da Saúde da Família que contam com profissionais de Cuba”.
Segundo a pasta, vagas não preenchidas devem ser direcionadas a outro edital, a ser lançado após 14 de dezembro. Sobre a alta rotatividade de profissionais, disse que são lançados editais periódicos para cobrir desistências e que é oferecida “remuneração diferenciada” aos participantes.