A Casa da Criança Paralítica realiza no próximo dia 12 de maio o seminário ???Microcefalia ??? Um antigo olhar, um novo desafio???, com o objetivo de divulgar e compartilhar informações sobre a patologia. O evento é destinado a profissionais e estudantes de várias especialidades envolvidos no tratamento multidisciplinar de pacientes com microcefalia e conta com especialistas em neurologia, infectologia, fisioterapia, fonoaudiologia, pedagogia e biologia.
Devido ao aumento no número de casos de microcefalia relacionados ao zika vírus no Brasil, cresce a preocupação em capacitar profissionais para o tratamento. As estatísticas parciais de 2017 apontam que, entre 1º de janeiro e 15 de março, foram 156 casos confirmados de microcefalia e apenas 32 bebês tiveram acesso à estimulação precoce, ou seja, somente 20% das crianças tem atendimento, segundo dados do Ministério da Saúde. O próprio Ministério elaborou um protocolo que evidencia a relevância da intervenção precoce, já que no início da vida o cérebro tem maior capacidade de estabelecer novas conexões.
???O acolhimento e o cuidado com essas crianças e suas famílias são essenciais para que se conquiste maior ganho funcional nos primeiros anos de vida, para progressão do desenvolvimento nas áreas motora, cognitiva e de linguagem???, ressalta Luiz Carlos Costa Morisco, diretor clínico e neurologista da CCP.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, em 2016, foram registrados 2.347 casos no Brasil e 65% das crianças tiveram acesso às terapias de estimulação precoce. O neurologista explica que a estimulação precoce, que ocorre do nascimento até 3 anos de idade, pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-terapêutico multifuncional (neurologista, fisiatra, pediatra, ortopedista e técnicos na área de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia, nutrição etc.) buscando o melhor desenvolvimento neuropsicomotor possível.
O tratamento deve ser feito em entidades aparelhadas e destinadas a este fim, como a Casa da Criança Paralítica. ???A CCP está capacitada para receber estas crianças por meio de um grupo de acolhida e desenvolver para cada uma delas um projeto de estimulação e acompanhamento médico, terapêutico, odontológico e nutricional???, completa o médico. Atualmente, uma criança com microcefalia é atendida na Casa da Criança.
Durante o seminário, serão abordados, entre outros temas, o contexto atual da Microcefalia, com a médica infectologista Valéria Correia de Almeida, do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Campinas, a contribuição da fonoaudiologia no tratamento, com a Andiara Bornelli, e o papel do pedagogo no desenvolvimento da criança com microcefalia, com a pedagoga Lindsey Carvalho Vieira, ambas da CCP.
Fundada em 1954, a CCP oferece atendimento especializado a crianças, adolescentes e jovens com deficiência física e comprometimento neurológico nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, médica, odontologia, psicologia, nutrição, serviço social e pedagogia, além de orientação à família. Atualmente, em sua sede, são atendidos 339 pacientes por mês, a maioria de baixa renda. Ao longo de 63 anos de atividades, cerca de 15 mil pessoas já passaram pela instituição.
5º Seminário CCP ??? Microcefalia: Um antigo olhar, um novo desafio
Data/horário: 12 de maio de 2017, das 8h às 17hLocal: Auditório da ACDC (Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas) ??? Rua Francisco Bueno de Lacerda, 300 ??? Parque Itália ??? Campinas/SP
Inscrições: goo.gl/bv2UoR
Valor da inscrição:
Profissional: R$ 120,00
Estudante: R$ 100,00
Grupo a partir de 5 pessoas: R$ 100,00 cada
Informações: (19) 2127-7230 – seminariotecnico@ccp.org.br