MP recomenda anulação de pregão de iluminação pública em Nova Odessa

Ministério Público emite parecer em ação movida por vereador questionando legalidade do estudo que baseia o processo

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O Ministério Público de São Paulo emitiu parecer defendendo a anulação do Pregão Presencial nº 01/2024, que previa a contratação de uma empresa para assumir o serviço de iluminação pública em Nova Odessa. O documento foi assinado pelo promotor Carlos Alberto Ruiz Nardy e integra a Ação Popular movida pelo vereador Elvis Garcia-Pelé (PL) contra o município, o prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD) e o Consórcio Ilumina Nova Odessa SPE Ltda.

Segundo o MP, todo o estudo econômico-financeiro do edital está baseado na arrecadação da Contribuição de Iluminação Pública (CIP/COSIP) — tributo que não existe no município desde a revogação da lei que o instituía, em 2012. O parecer aponta que não há qualquer norma posterior que tenha restabelecido a cobrança, nem arrecadação pela concessionária de energia.

O edital estabelece que os pagamentos à empresa vencedora seriam realizados por meio de uma “conta vinculada alimentada com recursos provenientes da CIP”, o que, para o Ministério Público, cria uma situação “incompatível com a realidade jurídica e financeira” da cidade. A utilização de um tributo inexistente violaria o princípio da legalidade e revelaria a ausência de dotação orçamentária suficiente para sustentar o contrato.

O promotor também destaca que a iluminação pública atualmente é de responsabilidade da CPFL, conforme decisão judicial transitada em julgado, e critica a falta de estudos técnicos que justifiquem a transferência do serviço a uma empresa privada por dez anos — especialmente diante da ausência de estrutura própria do município para assumir o sistema ao final do contrato.

Diante das irregularidades apontadas, o Ministério Público opina pela procedência da Ação Popular e pela nulidade e rescisão do contrato referente ao pregão.

MP recomenda anulação de pregão de iluminação pública em Nova Odessa

Fala Pelé

Autor da Ação Popular que gerou a manifestação do MP-SP, o vereador Pelé cita que acompanhou todo o processo de contratação do serviço no município. “Como vereador, vi que no edital e depois o contrato, que seria pago pela CIP. E como a gente não tem CIP em Nova Odessa, fui pra esse lado”, detalhou.

“Como é que vai bancar um negócio se você não tem?”, questiona Pelé. “E me alertou inclusive a intenção da Prefeitura de criar uma nova CIP”, emendou o vereador. “Por isso que ingressei com uma Ação Popular e agora o Ministério Público está entendendo também que eu tinha razão e está pedindo a procedência da ação”, acrescenta.

A Prefeitura tem realizado o Programa “Nova Odessa Cidade Luz”. A iniciativa municipal de modernização da iluminação pública de toda a cidade por luminárias de LED de última tecnologia prevê R$ 32 milhões de investimento. A administração divulga que não há “custos adicionais” para os cidadãos, sendo a duração do programa de 10 anos e período no qual a manutenção corre por conta da empresa vencedora da licitação.

O sistema de troca das lâmpadas antigas de vapor de sódio (amarelas) pelas novas, de LED, prevê a substituição das 8,7 mil luminárias existentes nos postes de todas as avenidas, ruas e estradas da cidade, além de instalação de 1,3 mil novos pontos de iluminação. Os LEDs iluminam até 50% mais, com uma economia de 60% em média na conta de energia.

Questionada por email, a PMNO informou através da Diretoria de Comunicação o seguinte: “A Prefeitura de Nova Odessa irá se manifestar oportunamente no processo quando devidamente intimada do ato”.

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