Com o apoio da população, a Prefeitura de Americana tem intensificado as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Por meio da Secretaria de Saúde, o mutirão preventivo já percorreu 38.056 imóveis e retirou 7,2 toneladas de materiais que poderiam se tornar criadouros do mosquito.
A mobilização faz parte da campanha “Todos contra a Dengue – Para não deixar água parada, tem que se mexer!”. Agentes percorrem bairros com visitas casa a casa, orientações, eliminação de focos e reforço da vigilância em áreas com maior número de casos confirmados.
Nesta sexta-feira (2), a força-tarefa passou pelo Jardim Paulistano e Vila Santa Maria, somando-se a regiões já atendidas, como São Roque, Vila Dainese e Jardim Guanabara. No total, mais de 30 bairros foram alcançados, entre eles Cidade Jardim, Jardim dos Lírios, Parque da Liberdade, Antônio Zanaga, Jardim Alvorada, Vila Bertini e São Jerônimo.
Além da remoção de criadouros, a Prefeitura ampliou a aplicação de inseticidas por nebulização veicular (fumacê) e costal. Mais de 20 mil imóveis já foram atendidos com o fumacê e outros 1.127 com nebulização costal, com base no monitoramento do Programa Municipal de Controle da Dengue (PMCD), que prioriza áreas com maior risco de transmissão.
O coordenador da Vigilância Ambiental, Antônio Jorge da Silva Gomes, destaca que o sucesso das ações depende do envolvimento da população. “A dengue não se combate sozinho. Quando eliminamos criadouros, quebramos o ciclo do mosquito. Mas isso só funciona se cada pessoa fizer sua parte, cuidando do quintal e permitindo o trabalho dos agentes”, afirma.
As ações seguem nos próximos dias em novos bairros. A Prefeitura reforça o pedido de colaboração dos moradores: autorizar a entrada das equipes, seguir as orientações e manter os ambientes livres de recipientes que possam acumular água parada.
Mais ações
A campanha contra a dengue ainda conta com mais ações, que vão desde a mobilização social, passando pelo emprego de novas tecnologias e intersetorialidade.
Um novo material, incluindo cartilha e check-list, foi elaborado pela Secretaria de Comunicação e Tecnologia da Informação e distribuído à Secretaria de Educação e à Diretoria Regional de Ensino. O conteúdo tem sido utilizado em atividades com professores e alunos.
O município produziu cerca de 200 mil folders, que estão sendo distribuídos à população pelos agentes de controle durante as visitas de casa em casa, bem como nas ações educativas.
Americana também possui um grupo condutor para o enfrentamento às arboviroses, composto por equipe multiprofissional, de diversos setores da Saúde, o qual elaborou um Plano de Contingência e Fluxograma para padronizar, controlar e fazer a vigilância dos atendimentos.
O município implementou um sistema online de monitoramento baseado em Inteligência Artificial (IA), que auxilia os profissionais de saúde no acompanhamento dos casos em tempo real.
Para reforçar as ações de monitoramento dos casos, a Prefeitura contratou 24 agentes de promoção de saúde por meio de concurso público. Eles estão atuando no monitoramento de pacientes sintomáticos e na prevenção da dengue nas unidades de saúde, conforme critérios do Plano de Contingência local.
Todas as Unidades Básicas de Saúde da rede contam com testes rápidos para dengue, utilizados de acordo com os critérios estabelecidos no Plano de Contingência.
A Prefeitura adquiriu 80 novas poltronas reclináveis para soroterapia venosa, as quais foram distribuídas nas unidades de atenção básica e Pronto Atendimento do bairro Antônio Zanaga.
A vacina contra a dengue também segue disponível para crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos, também em todas as UBSs, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h – na Praia Azul e São Vito, o atendimento ocorre das 8h às 20h.
Situação de emergência
A Prefeitura de Americana decretou situação de emergência em saúde pública em razão do cenário da dengue no município. O Decreto nº 13.702/2025, publicado no Diário Oficial, estabelece medidas administrativas para intensificar o controle e combate às arboviroses. A decisão acompanha as diretrizes do Governo de São Paulo, conforme o Decreto Estadual nº 69.359/2025, que reconhece a epidemia de dengue em todo o território paulista.
Além da dengue, o decreto também abrange medidas de combate a outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como Chikungunya e Zika.
Entre as ações previstas a partir do decreto de emergência, estão:
– Contratação emergencial de serviços e aquisição de insumos
– Admissão temporária de servidores para reforçar o atendimento
– Prorrogação de contratos que favoreçam o combate ao mosquito e a assistência à saúde
– Mobilização de agentes comunitários de saúde e controle de vetores para intensificação das visitas domiciliares
– Campanhas educativas para conscientização da população
– Aplicação de sanções aos moradores que mantiverem focos do Aedes aegypti em suas propriedades
– Reforço na fiscalização de terrenos baldios e imóveis abandonados, com possibilidade de limpeza compulsória
– Suspensão de férias e folgas de servidores da Saúde e de outros órgãos envolvidos no enfrentamento da epidemia
A Secretaria de Saúde, por meio da Sala de Situação Municipal de Prevenção e Controle das Arboviroses, instituída pelo Decreto nº 13.703/2025, é a responsável pela coordenação das ações e pelo monitoramento dos indicadores epidemiológicos, como incidência de casos, taxa de letalidade e índices de infestação.
O Decreto Municipal, publicado em 28 de março, tem validade de 90 dias e pode ser prorrogado caso a situação exija novas medidas.
A campanha “Todos Contra a Dengue – Para não deixar água parada, tem que se mexer!” tem o apoio e a parceria de outros setores, como as secretarias de Meio Ambiente, Educação, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Assistência Social e Direitos Humanos, Planejamento, Comunicação e Tecnologia da Informação, Obras e Serviços Urbanos, ACIA (Associação Comercial e Industrial de Americana), Diretoria Regional de Ensino, Defesa Civil, DAE (Departamento de Água e Esgoto) e CPFL Paulista.