(Reuters) – O presidente Michel Temer usou seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira, para afirmar que o processo de impeachment de Dilma Rousseff ocorreu “dentro do mais absoluto respeito constitucional” e que o país tem “compromisso inegociável com a democracia”.
“O fato de termos dado esse exemplo ao mundo verifica que não há democracia sem Estado de direito, sem que se aplique a todos, inclusive aos mais poderosos. ?? o que o Brasil mostra ao mundo”, disse Temer, que assumiu a Presidência efetivamente no final de agosto.
“Temos um Judiciário independente, um Ministério Público atuante, e órgãos do Executivo e do Legislativo que cumprem seu dever”, afirmou o presidente. “Não prevalecem vontades isoladas, mas a força das instituições, sob o olhar atento de uma sociedade plural e de uma imprensa inteiramente livre.”
Para Temer, o país precisa agora retomar o crescimento econômico e a geração de empregos. “Temos clareza sobre o caminho a seguir: o caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social.”
O presidente aproveitou para reforçar a posição brasileira contra o protecionismo.
“Muitos cedem à resposta fácil do protecionismo. Não nos podemos encolher diante desse mundo”, disse. Ao contrário, temos de nos unir para transformá-lo. Transformá-lo pela diplomacia, uma diplomacia equilibrada, mas firme, sóbria, mas determinada, uma diplomacia com pés no chão, mas com sede de mudança”, disse.
“?? urgente impedir que medidas sanitárias e fitossanitárias continuem a ser utilizadas para fins protecionistas. ?? urgente disciplinar subsídios e outras políticas distorcivas de apoio doméstico no setor agrícola.”
Nesse quadro, Temer também falou da importância das parcerias para o desenvolvimento do Brasil, tanto em investimento, como em comércio e ciência e tecnologia. “Nossas relações com países de todos os continentes serão, aqui, decisivas.”