Bolsonarista Nikolas Ferreira ironiza mulheres trans na Câmara
A Transfobia de Nikolas Ferreira Numa “performance” patética o Deputado bolsonarista Federal Nikolas Ferreira (PL-MG) atacou mulheres trans em pronunciamento na Câmara.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB SP) disse que seu partido vai entrar com representação com Nikolas Ferreira por conta das declarações feitas neste 8 de março. NF foi um dos maiores defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa eleitoral do segundo turno, quando ele saiu derrotado tendo ido embora para os Estados Unidos.
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Principais agressores de vítimas de feminicídio são namorados e ex
De acordo com Elaine Pimentel, professora da Faculdade de Direito de Alagoas, pesquisadora de Ciências Criminais com ênfase em estudos de gênero e coordenadora do Grupo de pesquisa CARMIM Feminismo Jurídico, os números refletem uma triste realidade que acompanha a história das mulheres.
“Esse é um padrão cultural de relacionamento. E é justamente um dos itens da qualificadora do feminicídio, que é a violência letal no contexto das relações domésticas.(…) Então isso reproduz um padrão de relacionamento abusivo e opressor, que identifica a mulher como objeto de desejo na relação, e não como sujeito de um relacionamento de igual para igual.”, relata Elaine Pimentel, que também é doutora em Sociologia.
Quando se trata das principais motivações de feminicídio, brigas (21,74%) e término de relacionamento (14,62%) são as que mais se destacam, após motivos não identificados (38,54%) pelo estudo.
Motivações de feminicídio nos estados monitorados em 2022
Estudo foi realizado na Bahia, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro.
Violência contra a mulher
O estudo também apresentou dados gerais de casos de violência contra a mulher, em que as qualificadoras tentativa de feminicídio e agressão física aparecem juntas com o maior número: 987 casos em 2022, somente nos sete estados monitorados.
Em seguida, foram registrados 495 casos de feminicídio, 415 casos de homicídio, 282 casos de violência sexual ou estupro, 216 casos de agressão verbal ou ameaça, e ainda, 145 casos de tortura, cárcere privado ou sequestro.
Mudar a realidade que faz ser comum existirem tantos casos de violência contra a mulher é algo difícil e que demanda tempo, principalmente porque é necessário educar a sociedade desde a infância, conforme explica a professora.
“É preciso falar sobre esses temas em todos os espaços, desde as crianças muito pequenas, e ensinar o respeito, porque a gente não muda o feminicídio da noite para o dia, a gente muda isso construindo uma nova cultura de respeito e informando as mulheres. Na maior parte dos casos o feminicídio não é a primeira ação, é o resultado de um conjunto de ações opressoras e violentas dentro de relacionamentos ou de estruturas sociais patriarcais. (…) Portanto, fortalecer essa rede de informações e de acolhimento a mulheres em situação de violência é fundamental”, relata Elaine Pimentel.
Câmara dos Deputados analisa PLs para criminalizar misoginia e fiança de agressor
O deputado federal Rubens Pereira Jr (PT/MA) apresentou duas proposições que nasceram da demanda dos movimentos femininos: um que criminaliza a misoginia e o outro que dificulta o estabelecimento de fiança para agressores de mulheres.
O PL 914/2023 altera o Código Penal com o objetivo de estabelecer como qualificadora do crime de injúria motivado em razão da condição de gênero feminino, através de misoginia.
A misoginia é uma forma de discriminação e violência de gênero que se baseia na crença de que as mulheres são inferiores aos homens. Essa atitude pode se manifestar de diversas formas, desde insultos e discriminação até a violência física e sexual. A misoginia é prejudicial não só para as mulheres individualmente, mas também para a sociedade como um todo, pois perpetua a desigualdade de gênero e reforça estereótipos prejudiciais.
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