Por Dane Avanzi
Que o comportamento do ser humano está passando por intensas transformações em vários âmbitos, ninguém duvida. Nesse contexto, praticamente todos os mercados foram impactados e o advento da pandemia somente acelerou a velocidade dessas mudanças, que já era vertiginosa.
No passado, a disputa entre Uber e taxistas em muitas capitais do mundo quebrou monopólios e ofereceu ao cidadão maior liberdade de escolha e melhores serviços. O Uber é um exemplo clássico de startup, que identificou oportunidades de melhoria de um determinado serviço e conseguiu “inventar” um jeito mais prático, seguro e econômico das pessoas acessarem o serviço.
Penso que o crescimento explosivo de uma startup, que do dia para a noite capta o aporte milionário de conglomerados econômicos e, em poucos anos passam a valer bilhões de dólares, pode esconder fragilidades de uma estrutura que cresce muito rápido sem passar por um tempo de maturação.
A falha do Nubank que permitiu o vazamento de dados pessoais de inúmeros clientes nos revela isso. Se o banco operasse na Europa e Estados Unidos, onde a Lei Geral de Proteção de Dados já está em vigor e a cultura do Estado de proteção e respeito ao cidadão é mais efetiva, o desfecho da história seria outro.
O sistema financeiro internacional teve sua semente nos idos de 1700, na alta idade média na Europa, sendo a Suíça e a Holanda os países mais proeminentes na época. Para facilitar e evitar assaltos às carruagems de metais preciosos que transportavam riquezas, criaram se mecanismos de câmbio, hoje conhecidos como duplicatas. Na época, eram letras de câmbio.
A letra de câmbio permitiu que os bancos não precisassem movimentar grandes quantidades de valores com frequência, e seus clientes também. Com o passar do tempo, outros títulos cambiais surgiram, um deles hoje em declínio, o cheque, foi amplamente utilizado.
Hoje, a ameaça aos bancos e clientes não se esconde atrás de arbustos para atacar cocheiros das carruagens bancárias. A arma utilizada pelos cibercriminosos, bandidos modernos, é a informação. Por isso, eventos como este do Nubank revelam riscos que estamos expostos e sequer imaginamos.
Concluindo, o sistema financeiro internacional deve também ser desafiado pelas startups de tecnologia, para que o sistema evolua e proporcione um melhor serviço aos consumidores, sem negligenciar a experiência e a cultura que os bancos tradicionais construíram ao longo de quase três séculos de serviços as nações, às empresas e ao cidadão comum.
Dane Avanzi é advogado, empresário de telecomunicações e diretor do Grupo Avanzi.
Sobre o Grupo Avanzi:
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O Grupo Avanzi atua há quase quatro décadas no mercado de radiocomunicação oferecendo soluções para comunicação corporativa de voz e dados em locais desprovidos de qualquer tipo de comunicação ou em sítios já providos de tecnologia de comunicação mediante a instalação e licenciamento de Sistemas de Telecomunicações.