da BBC.Brasil Pança, pneuzinho, pochete, barriga de cerveja – os nomes variam, mas seu significado é o mesmo: gordura abdominal. Muita gente tenta se livrar dela por motivos estéticos, mas o problema não é exatamente esse.
O acúmulo na região do abdômen de gordura mais superficial, conhecida como subcutânea, e a chamada visceral, que fica entre os órgãos, como fígado, pâncreas e intestinos, pode ser um risco à saúde. A gordura visceral é mais ativa metabolicamente do que a subcutânea, indicam pesquisas, e a que mais varia no corpo. Se você ganha peso, é esse tipo de gordura que se acumula primeiro. Se você perde, é a primeira a diminuir.
Essa é uma boa notícia, porque, apesar da gordura visceral ser mais perigosa, é mais fácil se livrar dela do que da subcutânea. A questão é como fazer isso. Em sites de saúde e exercícios, há muitas indicações de como perder gordura abdominal. São truques simples que, em tese, ajudariam a derreter o acúmulo. Mas é possível confiar nestes métodos?
A equipe do programa Trust Me I’m A Doctor (“Confie em Mim, Sou Médico”), da BBC, fez alguns testes para verificar o que é verdade e mito nessas dicas.
O teste
Foram recrutados 35 voluntários e dois especialistas em dieta e exercícios: Fredrik Karpe, professor de Medicina Metabólica da Universidade de Oxford, e Dylan Thompson, da Universidade de Bath, ambas no Reino Unido.Todos os participantes tinham um acúmulo de gordura na região abdominal e uma circunferência de cintura que os colocava em grupos de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
Os dois especialistas criaram cada um dois métodos para serem testados com quatro grupos, de acordo com suas áreas de atuação. Antes do experimento, os voluntários tiveram sua saúde checada. Um dos testes mais importantes foi um DEXA scan, um tipo especial de raio-x que permite saber em detalhes a quantidade de gordura presente no corpo e como ela está distribuída.
Acúmulo de gordura põe saúde em riscoForam verificados também a frequência de batimentos cardíacos, o índice de açúcar no sangue, o peso, a pressão arterial e, claro, as medidas da região da cintura.Thompson indicou para dois grupos dois tipos de exercícios diferentes, enquanto Karpe elaborou duas dietas para os outros dois grupos.Os integrantes de um dos grupos de Thompson usaram aparelhos para monitorar seu grau de atividade diário – foi dito a eles para comerem normalmente. Também receberam conselhos para fazer mudanças simples em seu dia a dia, para torná-lo mais ativo.O segundo grupo de Thompson seguiu um método clássico indicado por sites de saúde: abdominais. Cada voluntário realizou duas sessões de seis séries, intervalando um dia de exercícios com um de descanso, ao longo de seis semanas.