O Consórcio PCJ lançou ontem, dia 10, em Nova Odessa (SP), as ações para recuperação do Ribeirão Quilombo, com plano de investimento para os próximos 10 anos que somam mais de R$ 165 milhões, envolvendo as áreas de recuperação de matas ciliares e combate a enchentes. O presidente da entidade e prefeito de Nova Odessa, Benjamim Bill Vieira de Souza, esteve presente no evento e destacou a importância dessa ação e informou que irá agendar reunião com os demais municípios por onde o ribeirão passa, com o objetivo de somar forças para a busca por recursos e viabilizar as obras necessárias para recuperação.
“O Ribeirão Quilombo passa por seis municípios, desde a nascente em Campinas até a sua foz, em Americana. Por isso é preciso que cada cidade faça sua parte, assim como Nova Odessa já está fazendo, tratando o esgoto corretamente” discursou Bill no evento.
Na ocasião, foi realizado um plantio com 170 mudas nativas às margens do Quilombo, na altura da esquina da Rua Valentim Beato com a Rua Antônio Rodrigues Azenha, próximo à área central de Nova Odessa. Também foram plantados 28 Ipês Brancos para comemorar os 28 anos do Consórcio PCJ. O Ipê é considerada a árvore símbolo da entidade, por representar a paz, harmonia e a integração regional.
O evento contou com a participação de 40 alunos da EMEF Paulo Azenha, de Nova Odessa, que realizaram uma apresentação teatral sobre a importância das árvores e da preservação ambiental. Também participaram do plantio alunos da Escola Ilimit de Americana.
O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, se mostrou otimista com o desafio que há pela frente para a mudança de qualidade do curso d’água. “Assim como o Consórcio PCJ conseguiu trazer de volta a piracema ao Rio Piracicaba, que todos se mostravam céticos, acredito que a partir de hoje, demos o primeiro passo para um dia voltarmos a ver peixes no Ribeirão Quilombo”, afirmou.
Para a recuperação de matas ciliares no Quilombo será necessário o plantio de 280 mil mudas nativas, com aportes financeiros de R$ 5,7 milhões, o que demandará investimentos de 570 mil reais por ano até 2027. Já para o projeto de contenção de cheias e construção de 11 reservatórios o aporte é bem maior, sendo necessários US$ 50,7 milhões, que pelo câmbio de hoje somam R$ 160 milhões ou R$ 16 milhões por ano na próxima década.
Nesses investimentos ainda não estão contabilizados os gastos com tratamento de esgoto. O Plano das Bacias PCJ prevê que toda a região tenha até 2020 100% de coleta e tratamento. No caso do Quilombo, investimentos em tratamentos mais sofisticados como o secundário e terciário também se farão necessários para ocasionar uma possível mudança de classe do ribeirão, que hoje está em classe 4, destinada apenas para navegação e paisagismo. As Bacias PCJ possuem o único caso de mudança de classe de rio que foi o Rio Jundiaí, que passou de classe 4 para 3, a partir de 2014.
A Bacia do Quilombo abrange um total de seis municípios: Americana, Nova Odessa, Sumaré, Hortolândia, e parte dos municípios de Paulínia e Campinas, no interior de São Paulo, na região das Bacias PCJ. O curso d’água possui extensão de 50 km desde a sua nascente, na cidade de Campinas, até a sua foz no Rio Piracicaba, no município de Americana. A bacia possui 396 km², caracterizada por ocupação majoritariamente urbana e com índice de chuva variando entre 1.200 e 1.800 mm.