Dois juízes argentinos serão investigados por terem emitido um veredicto absurdo para reduzir a pena de um molestador de crianças. Horacio Piombo decidiu, com o apoio do magistrado Ramón Sal Llargués, baixar a pena do estuprador Mario Tolosa alegando que a vítima, de apenas seis anos de idade, tinha “orientação homossexual e estava habituada” a sofrer abusos sexuais. Os juízes declararam que o menino “tinha sua sexualidade definida” e consideraram que o crime de estupro “não foi tão ultrajante”.

Tolosa, que trabalhava como dirigente de um clube da cidade de Vicente López onde a vítima jogava futebol, havia sido condenado a seis anos de prisão por “abuso sexual com penetração carnal”. Ele já se encontra em liberdade.
?? rádio La Red, o juiz Piombo justificou o veredicto dizendo que um abuso sexual anterior, que teria sido cometido pelo pai da criança, havia desqualificado a gravidade do estupro seguinte. “[A criança] já havia sofrido o impacto do crime gravemente ultrajante que é a iniciação provocada pelo pai”, disse o magistrado.

Diante da repercussão do caso, o deputado da Frente Renovadora, Jorge D’Onofrio, disse que moverá uma ação jurídica contra os magistrados que beneficiaram o estuprador. Também pediram a renúncia dos juízes grupos argentinos defensores dos direitos dos homossexuais. O ministro do Interior e Transporte, Florencio Randazzo, recorreu ao seu perfil no Twitter para criticar o sistema jurídico do país. “A decisão dos juízes Piombo e Sal Llagués dá vergonha. Mostram um poder judicial burocrático, arcaico e sem nenhum tipo de senso comum”, afirmou.