O cenário das criptomoedas está passando por uma evolução dinâmica. Uma das discussões centrais no setor destaca a regulação dos criptoativos e ativos digitais, tanto em âmbito nacional quanto internacional. A necessidade de uma abordagem mais transparente e consistente é evidente, visando garantir a legitimidade e a estabilidade do mercado. A implementação de um ambiente mais regulado é vista como um impulso positivo, criando oportunidades para a entrada de investidores institucionais e o consequente influxo de recursos no universo cripto.
Ao refletirmos sobre os anos recentes, percebemos um padrão claro na evolução dos criptoativos. Os anos de 2020 e 2021 foram caracterizados pelo domínio das stablecoins, seguidos pelos anos de 2022 e 2023, marcados pela ascensão das Finanças Descentralizadas (DeFi). Agora, a atenção se volta para a tokenização dos ativos reais (RWA) em 2024. Essa mudança de enfoque sugere uma busca por integrar ativos tradicionais no ecossistema cripto.
Bitcoin e o potencial de valorização
A proximidade do ‘halving’ do Bitcoin, programado para o primeiro trimestre de 2024, despertou entusiasmo nas discussões. Se espera que esse evento desencadeie uma significativa valorização no mercado cripto, beneficiando, positivamente, todos os ativos digitais. Esse movimento não apenas favorece os investidores existentes, mas também abre portas para novos participantes no cenário cripto.
O impacto da regulação na adoção institucional
Além de trazer mais clareza regulatória, a regulamentação foi apontada como uma das facilitadoras para a aprovação e lançamento dos ETFs de bitcoin nos Estados Unidos. Esse desenvolvimento potencial poderá estimular a entrada de um volume significativo de recursos de investidores institucionais, marcando um ponto crucial na trajetória das criptomoedas.
Afinal, a regulação mais sólida não apenas atrai investidores institucionais, mas também desperta maior interesse de pessoas físicas no universo cripto. Isso cria uma pressão de demanda que, por sua vez, influencia, positivamente, nos preços dos ativos.
A crescente participação de indivíduos comuns no mercado cripto também impulsiona a indústria a desenvolver uma gama mais ampla de produtos e serviços “Crypto-friendly”, desde opções de investimento até soluções de pagamento.
2024: a ascensão da tokenização de ativos
A tendência de tokenizar ativos financeiros puros, como títulos de renda fixa com risco soberano, e a expansão para commodities e outros tipos de recebíveis, emerge como uma constante nas discussões. Fundos de investimentos lastreados em ativos digitais ou criptoativos, diretamente, também são identificados como áreas com amplo potencial de crescimento e desenvolvimento.
Em resumo, as reflexões recentes apontam para um cenário otimista para o futuro das criptomoedas em 2024. A busca por regulamentação, a expectativa em torno do ‘halving’ do bitcoin e a crescente diversificação de ativos prometem moldar um cenário cripto mais robusto e dinâmico nos próximos anos.
*Felipe Whitaker é Bacharel em Direito pela PUC-SP, integra o time Transfero Asset Management e coordena os esforços de distribuição e venda dos produtos da Transfero. Presente no mercado financeiro desde 2002, com passagem por iniciativas de Private Equity e start-ups, dedicou os últimos 10 anos ao segmento de investimentos para pessoas físicas e famílias, nos bancos BTG Pactual e UBS. Possui certificação CFP e é regulado como Consultor de Valores Mobiliários – CVM.