A Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira (11/9) o Inquérito n° 4.327 do Supremo Tribunal Federal (STF), instaurado para apurar crimes supostamente praticados pelo chamado ???quadrilhão??? do PMDB. A PF cita o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha. O documento foi encaminhado ao STF. Somente Temer, diz a corporação, teria embolsado R$ 31,5 milhões em vantagens indevidas.
O inquérito da PF diz que há indícios da prática do crime de organização criminosa ??? artigo 1º, § 1º e artigo 2º da Lei nº 12.850/2013. Os integrantes da cúpula do partido, supostamente, mantinham ???estrutura organizacional com o objetivo de obter, direta e indiretamente, vantagens indevidas em órgãos da administração pública direta e indireta???.
Em nota, a PF destacou: ???O grupo agia através de infrações penais, tais como corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro, fraude em licitação, evasão de divisas, entre outros crimes cujas penas máximas são superiores a 4 anos.???
De acordo com a PF, Temer possuía poder de decisão do PMDB da Câmara para indicar pessoas para cargos estratégicos e também para fazer a articulação com empresários beneficiados nos esquemas e receber valores de doações eleitorais. Para os policiais federais, o presidente conta com terceiros para atuar no controle do grupo político. Nesse cenário, os ministros Moreira Franco e Padilha e o ex-ministro Geddel seriam ???longa manus??? de Temer para obter recursos de empreiteiras e grandes empresas, como a JBS.
Ao quantificar a vantagem indevida que Temer teria recebido, a PF elenca R$ 31,5 milhões, sendo R$ 500 mil por meio de Rodrigo Rocha Loures, R$ 10 milhões da Odebrecht, R$ 20 milhões do contrato PAC SMS da diretoria de Internacional da Petrobras e R$ 1 milhão entregue ao coronel João Baptista Lima Filho, amigo pessoal do peemedebista.