O PIB da indústria da construção, embora tenha apresentado um crescimento 0,5% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao trimestre anterior, foi o setor que apresentou a maior queda, na comparação com o primeiro trimestre de 2016: -6,3%.
O resultado apenas confirma a gravidade da situação do setor da construção, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto. “Sem novos investimentos nos segmentos imobiliário e de infraestrutura, praticamente estamos terminando as obras em andamento sem dar início a novas”, relatou. Romeu Ferraz afirmou que, no curto prazo, não se vislumbra retomada da atividade do setor. “A Formação Bruta de Capital Fixo caiu 3,7% no primeiro trimestre de 2017, em comparação com o mesmo trimestre de 2016. Com isso, a Taxa de Investimentos, que no ano passado era de 16,8% do PIB, declinou para 15,6% no trimestre findo em março. Ou seja, os investimentos continuam em queda e como a construção depende deles, o prognóstico é negativo”, comentou. “Este cenário reforça a necessidade de aprovação urgente das reformas trabalhista e previdenciária, para que a confiança dos investidores, que acaba de ser novamente abalada pela crise política, seja retomada gradualmente. Esperamos que as lideranças responsáveis do Congresso não retardem a votação das reformas”, destacou o presidente do SindusCon-SP. Segundo o IBGE, para o resultado negativo de 12 meses da construção contribuíram a redução de 9,5% da ocupação no setor (PNAD contínua do IBGE) e o decréscimo nominal de 3,3% das operações de crédito do sistema financeiro (Banco Central). Na comparação dos últimos quatro trimestres com os quatro trimestres imediatamente anteriores, o PIB da construção caiu 5,5%. O IBGE também atualizou a participação dos setores no PIB. A participação da construção caiu de 5,9% em 2015 para 5,6% em 2016.