Não foi em 1348 com a Peste Negra, ou 1918 com a gripe espanhola que matou entre 50 e 100 milhões de pessoas. Muito menos os anos da II Guerra Mundial e do Holocausto entre 1941 e 1945. O pior ano da história foi 536 d. C., começo de um dos períodos mais difíceis da história da humanidade, segundo estudo da revista Science.
Um grupo de cientistas norte-americanos, liderado pelo arqueólogo e historiador da universidade de Harvard, Michael McCormick, chegou à conclusão de que, à época, um “nevoeiro misterioso” caiu sobre a Europa, Oriente Médio e algumas regiões da Ásia durante 18 meses. Isso arruinou colheitas, causando fome e uma crise econômica de mais de um século”.
“O sol emitia sua luz sem brilho, assim como a lua, durante todo o ano”, disse o historiador bizantino Procópio de Cesareia do século VI. Segundo ele, “desde o início, nem a guerra, nem a peste, nem qualquer outra calamidade, que causava a morte, cessaram entre as pessoas. O que veio a ser chamado de Peste de Justiniano espalhou-se rapidamente”.
De acordo com o estudo, durante o reinado de Justiniano (527-565 d.C.), especificamente no ano de 541, ocorreu uma epidemia global de peste que deixou cerca de 100 milhões de mortos em todo Oriente e 25 milhões na Europa.
O enigma sobre a “nuvem misteriosa” foi descoberto “através da análise das geleiras localizadas entre a Itália e a Suíça.
Traços de uma erupção vulcânica poderosa foram encontrados na Islândia, cujas cinzas se espalharam por todo o hemisfério norte no início de 536″. Segundo os pesquisadores, foram as erupções vulcânicas que resultaram a série de desastres.