O governo de São Paulo está monitorando, com preocupação, a situação da região de Piracicaba, no interior paulista, que vem apresentando, nesta semana, aumento de demanda por leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) para tratamento dos casos de novo coronavírus.

Após uma melhora em seus indicadores na semana passada, a região de Piracicaba subiu de fase na última sexta-feira (10), passando para a fase 2 – laranja do Plano São Paulo. Mas esta semana, a região passou a ter uma piora em seus indicadores relacionados à pandemia do novo coronavírus e, se mantiver essa condição, poderá voltar para a fase 1-vermelha já nesta sexta-feira (17).

A etapa laranja permite funcionamento com 20% da capacidade de atendimento presencial em escritórios em geral, imobiliárias, comércio de rua, shoppings e concessionárias. A abertura é restrita a quatro horas diárias, todos os dias, ou pelo período de seis horas durante quatro dias e fechamento por outros três. Já a fase vermelha é de quarentena total, permitindo a abertura apenas dos serviços considerados essenciais como de logística, abastecimento, saúde e segurança.

“Na região de Piracicaba, nos últimos dias, nós observamos um aumento de internações, especialmente de internações em UTI, o que nos preocupa porque pode chegar a uma situação próxima da ocupação total nos próximos dias”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. “A situação em relação aos indicadores epidemiológicos também indica algum crescimento no número de casos de uma semana para outra”, falou Menezes.

O governo paulista atualiza o Plano São Paulo a cada 15 dias, observando os dados obtidos em uma semana na comparação com a semana anterior. Mas caso observe uma grande piora nos dados, uma situação considerada de alerta, pode ocorrer uma mudança de forma imediata.

Para tentar melhorar esses índices na região de Piracicaba, a Secretaria estadual da Saúde está enviando novos respiradores para a região, buscando aumentar o número de leitos de UTI. Além disso, a região foi incluída como prioridade para uso de leitos de enfermaria do hospital de campanha do Ibirapuera, na capital paulista.

O Plano São Paulo é dividido em cinco fases que vão do nível máximo de restrição de atividades não essenciais (vermelho) a etapas identificadas como controle (laranja), flexibilização (amarelo), abertura parcial (verde) e normal controlado (azul). O Plano São Paulo também é regionalizado, ou seja, o estado foi dividido em 17 regiões [com a região metropolitana dividida em cinco sub-regiões] e cada uma delas é classificada em uma fase.

Balanço atrasado

Um problema no banco de dados do Ministério da Saúde, que impediu hoje (14) a coleta de informações relacionadas ao novo coronavírus no estado, vai atrasar a divulgação do boletim diário sobre a covid-19 no estado de São Paulo. Segundo Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o problema ocorreu porque um mecanismo que impede o acesso de robôs ao sistema foi acionado.

“Os dados apresentados diariamente são obtidos a partir da extração das informações dos bancos de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. São dois bancos. Um deles se chama Sivep-Gripe. Isso é feito de forma automatizada. E, de ontem para hoje (14), fomos pegos de surpresa com um mecanismo que impede robôs de terem acesso e não foi possível, de manhã, fazer a extração dos dados para apresentar nosso boletim”, disse ele.

Segundo Menezes, funcionários da secretaria já entraram em contato com o Ministério da Saúde e foram informados de que o problema está sendo resolvido. “Acreditamos que, nas próximas horas, tenhamos os números atualizados para o dia de hoje”, falou.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde ainda não informou o que houve com o sistema, que é utilizado pela Secretaria estadual da Saúde para a coleta de dados do estado de São Paulo sobre o novo coronavírus.

Com informações Agência Brasil