Na próxima terça-feira (28), a cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo, inicia o cadastramento de voluntários para os estudos clínicos da Butanvac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com universidades americanas e a primeira a ser produzida integralmente no Brasil.
Para se inscrever é preciso ter mais de 18 anos, não ter sido vacinado nem contraído a Covid-19. Quem estiver dentro desses pré-requisitos deve dirigir-se ao endereço de inscrição e triagem abaixo:
Data: 28 e 29/09 (terça e quarta)
Horário: 8h30 às 16h30
Local: CRAB CECAP
Alameda Melvin Jones, 91 – CECAP
13421-520 – Piracicaba – SP
O Centro de Pesquisa vai disponibilizar uma ajuda de custo por dose, além de transporte para o deslocamento até o local de vacinação. As informações sobre a data da aplicação serão disponibilizadas tão logo seja autorizada a administração da primeira dose.
Além de Ribeirão Preto, as cidades mineiras de Arceburgo, Cabo Verde, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Juruaia, Monte Belo, Muzambinho, São Sebastião do Paraíso e São Pedro da União já realizaram cadastro de voluntários para os testes da Butanvac.
“Uma nova cidade paulista participa dessa parceria, juntamente com os municípios do sul de Minas Gerais. Temos convicção que a Butanvac será um imunizante 2.0, moderno e de valor acessível não só para o Brasil, mas para países em situação de vulnerabilidade e que precisam acelerar o processo de vacinação”, destaca o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Os ensaios clínicos da vacina serão divididos em duas fases compostas pelas etapas A, B e C. A etapa A conta com voluntários selecionados nas cidades envolvidas do sul de Minas Gerais e Ribeirão Preto. O objetivo é avaliar a segurança e a dose ideal de imunizante. Nela, o grupo controle vai receber a vacina de comparação, a CoronaVac, e não haverá placebo envolvido.
Já as etapas B e C irão avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários. Será feita a comparação entre o desempenho da nova vacina do Butantan contra a Covid-19 e outros imunizantes. Além da eficácia geral da Butanvac, os ensaios vão avaliar seu desempenho diante das novas variantes do SARS-CoV-2.
Nos ensaios clínicos tradicionais, é feito um paralelo entre o grupo vacinado e um grupo controle. Mas como os marcadores imunológicos e parâmetros de segurança foram estabelecidos pelas demais vacinas em uso, já se sabe o que esperar de uma vacina contra a COVID-19.
Sobre a Butanvac
A Butanvac é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado da doença de Newcastle, que contém a proteína Spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta aves e é inofensivo em humanos, ele replica muito bem em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe).
Além de ser barata e muito disseminada, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos. A Butanvac é resultado de um consórcio internacional que envolve a organização PATH Center for Vaccine Innovation and Access, a Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova York e a Universidade.