Em 2023, os brasileiros realizaram quase 42 bilhões de transações por Pix, um aumento de 75% em relação ao ano anterior. O sistema de pagamentos instantâneos, que já se tornou parte do dia a dia do país, está pronto para uma nova revolução: o Pix por Biometria. A partir de novembro, a plataforma permitirá pagamentos com autenticação biométrica e por aproximação, prometendo uma experiência ainda mais rápida, segura e conveniente para os usuários. O pagamento com um “sorriso” é a cara do brasileiro e promete se tornar, também, seu meio de pagamento preferido.

Com o lançamento, os consumidores poderão realizar seus pagamentos de forma digital, ou em maquininhas credenciadas, utilizando o celular para autorizar a transação por meio de sua biometria, sem a necessidade de ler QR Codes ou inserir senhas. Essa tecnologia, inspirada em plataformas como Apple Pay e Google Pay, possibilitará que as carteiras digitais e aplicativos passem a aceitar o Pix como forma de pagamento, facilitando também o recebimento por parte de lojistas, que chegam a disponibilizar descontos de 5% a 7% para priorizar o pagamento instantâneo. A biometria e a senha do celular, bem como outro dispositivo, garantem segurança e agilidade, tornando esta uma opção ainda mais atraente para os consumidores.

Despedida do cartão com novo pix?


A nova versão do sistema de pagamentos instantâneos oferece uma série de benefícios para consumidores e empresas. Para os consumidores, significa mais praticidade, segurança e rapidez nas transações, além da possibilidade de receber descontos em estabelecimentos que preferem o Pix pela liquidação imediata e ausência de taxas variáveis. As empresas, por sua vez, ganham agilidade no recebimento de pagamentos, melhor gestão de fluxo de caixa e uma nova forma de fidelizar clientes com a possibilidade de vincular contas diretamente em seus aplicativos e plataformas.

Pix 2.0: biometria, aproximação e futuro sem cartões

E-commerce, mobilidade e investimentos
A nova regulamentação privilegia a utilização do sistema em plataformas de e-commerce e aplicativos que demandam confirmação de pagamento imediata, como os setores de mobilidade e entregas. Com a tecnologia, será possível manter a opção do Pix salva no checkout, garantindo agilidade e fluidez no processo de compra. A funcionalidade promete aumentar a fidelidade do cliente, uma vez que ele terá um vínculo de conta ativo com o lojista ou prestador de serviço.

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Outro segmento que demonstra interesse é o de corretoras de investimento. A facilidade de uso e segurança proporcionadas pelo sistema, através da infraestrutura do Open Finance, facilitam o hábito da poupança para consumidores que buscam soluções para gerenciar suas finanças. A tecnologia garante que a conta de destino dos valores seja de fato do usuário cadastrado na plataforma de investimentos, tornando o processo ainda mais confiável.

Impacto
Com o Pix por biometria, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro se consolida como uma das ferramentas mais importantes para impulsionar a economia digital e a inclusão financeira no país. Em 2023, foram registradas mais de 5,3 bilhões de transações do pagamento instantâneo por mês, com 34% delas sendo do tipo P2M (pessoa para empresa). O Pix já representa 30% dos pagamentos digitais no Brasil e a expectativa é que essa porcentagem alcance 50% até 2027.

Já o sucesso, dependerá da adesão de bancos e instituições financeiras, além da continuidade do desenvolvimento do ecossistema de pagamentos por aproximação. No entanto, as perspectivas são positivas: o meio de pagamento já é um sucesso absoluto no Brasil, com um crescimento exponencial no número de transações. Com a versão 2.0, a tendência é que o sistema se torne ainda mais popular, ultrapassando inclusive o cartão de crédito como a principal forma de pagamento em alguns anos.

O meio de pagamento representa um marco na história dos pagamentos no Brasil, viabilizando as chances do país se tornar líder global em inovação financeira, impulsionando o crescimento econômico e democratizando o acesso a serviços financeiros. O sucesso, no entanto, dependerá da união de esforços de bancos, fintechs, empresas e governo, trabalhando em conjunto para garantir a segurança, a interoperabilidade e a ampla adoção da plataforma. Com essa união, o Pix 2.0 tem o potencial de se tornar um dos sistemas de pagamento mais inovadores e eficientes do mundo.

*COO da fintech Iniciador, Bresler  já foi coordenador do Grupo de Trabalho de UX do Open Finance Brasil do BACEN. Iniciou sua carreira técnica no IBM e, ao longo de sua trajetória, se destacou na liderança de estratégia de expansão de grandes empresas como Monashees Capital, pioneira em Venture Capital na América Latina, na Wirecard, que provê tecnologia para serviços financeiros e na Quanto, empresa de inteligência de dados baseada em Open Finance.

 

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