Utilizada em larga escala e presente em quaisquer áreas de uma organização, a TI deve, necessariamente, ser alvo de governança. Diante de seu papel de destaque como elemento que agrega valor às atividades de uma organização, a TI possui tanta responsabilidade quanto as outras áreas direta ou indiretamente ligadas à cadeia. Desta forma, também deve implementar a governança, cujos investimentos são mais abrangentes, pois afetam a organização como um todo e não apenas setores específicos.
 Embora seja possível classificar facilmente os investimentos de forma a avaliá-los como custos agregados aos produtos ou como despesas vinculadas aos processos de apoio, a governança de TI exige a transparência dos gastos e mensuração dos resultados. Não é mais permitida a fé cega na mágica da tecnologia e a crença absoluta na melhoria dos resultados simplesmente pelo fato de serem utilizadas tecnologias avançadas. Tal como qualquer outra, as áreas de tecnologia precisam apresentar resultados de forma clara e inequívoca. A máxima de que “a TI é o negócio e o negócio é a TI” deve ser compreendida não como uma declaração orgulhosa e atestado da importância quase sobrenatural da tecnologia. Isto é uma meta, um compromisso e uma obrigação de alinhamento à estratégia com a obtenção de resultados. No entanto, observa-se que os problemas mais citados entre os gestores da área estão relacionados a três fatores principais: gerir a TI como uma empresa; desenvolver uma rede de parceiros e fornecedores confiáveis e cumprir prazos com a organização. Estes três pontos mostram claramente que a grande preocupação é com a gestão que leva a governança a um patamar vital. Através dela, o profissional tem controle sobre os seus principais objetivos, utilizando indicadores e tomando ações diretamente relacionadas ao cumprimento dos mesmos. A preocupação dever ser tanto com os objetivos de sua área como com os vinculados à estratégia da organização. De fato, a TI deve ser medida pelo valor agregado aos fins de qualquer empresa. Embora as organizações dependam fundamentalmente das áreas de TI, conseguir verba para projetos que não estejam alinhados com a estratégia e objetivos da organização torna-se praticamente impossível. A TI deve implementar ações que primem por um alinhamento do setor com as diretrizes e objetivos da empresa. Não deve tratar apenas dos aspectos operacionais, mas também manter foco nas questões legais, normas e regulamentações obrigatórias relativas às atividades de seus clientes. Os padrões e relacionamentos devem ser construídos de forma estruturada, envolvendo os profissionais técnicos, diretores, gestores e usuários. Assim, com o envolvimento de todos, é possível minimizar riscos e obter maior produtividade. Entre os vários desafios da TI, a implementação da governança talvez seja o mais importante. A transparência da apresentação dos resultados só gera fatores positivos. Mesmo quando ficam abaixo do esperado, os indicadores bem definidos mostram o que deu errado e quais devem ser as medidas corretivas. Acima de qualquer outro aspecto, a apresentação de números reais e sem máscaras gera confiança e permite um alinhamento cada vez maior com a alta gestão e a estratégia da organização. A governança de TI é o melhor caminho, e não o menor, para a obtenção de resultados perenes e sólidos, visando uma organização mais estruturada e produtiva no que diz respeito ao uso da tecnologia. 
(*) Sérgio Junqueira é diretor de BackOffice de Desenvolvimento de Produtos do Grupo Senior Solution.