Quebrada, a prefeitura de Detroit fez um pedido oficial de concordata e sofreu intervenção federal.Agora virão as duras negociações com os milhares de credores da cidade, conhecida como capital da indústria automobilística americana, que vive um declínio econômico acentuado nas últimas décadas, com fechamento de fábricas, migração de quase 700 mil habitantes para outras cidades e uma periferia praticamente abandonada.
Em entrevista ao ???Financial Times???, em Nova York, o governador de Michigan, Richard Snyder, e o gerente encarregado de administrar a concordata, Kevyn Orr, negaram que o plano de recuperação da cidade possa impor perdas acentuadas aos credores, o que poderia abrir um precedente perigoso para o mercado de títulos municipais. A entrevista de ambos teve como efeito afastar as preocupações de Wall Street quanto ao processo de recuperação.
???Estes eram investidores sofisticados. Quem não sabia que Detroit tinha problemas? O ágio cobrado sobre a dívida de Detroit significava por definição que havia um alto risco???, disse Snyder nesta sexta-feira ao ???Financial Times???.
O temor de muitos credores é que o processo de recuperação dê prioridade à quitação de outras dívidas que a cidade tem, com servidores e fundos de pensão, o que poderia levar a avaliações mais baixas de crédito e, em consequência, maiores custos de financiamento. Os credores lutam para ter acesso ilimitado às receitas fiscais da cidade. O problema é que Detroit já atingiu os limites impostos pela legislação estadual.