1- Taubaté- O primeiro dos cachorrões foi quando eu tinha 5 ou 6 anos. No bar mais famoso perto de casa havia um cachorro pequeno que saía correndo atrás da criançada.
O filho do dono do bar ficava imitando o super homem correndo de cuecas e com uma toalha nas costas. Eu ia ao bar buscar balas ou pão, mas era um perereco pra voltar pra casa.Pouca gente entendia o que acontecia, o temor que era sair correndo e ter o risco de ser alcançado pelo bicho. E não adianta contar a uma criança de 5 ou 6 anos que o cachorro ‘só quer assustar’.
2- Barão Geraldo- O segundo ‘caso’ aconteceu no final do século passado, quando fazia muito o caminho entre a Cidade Universitária e a Moradia da Unicamp. Era fim de tarde e começo de noite. Um cachorro grande, mas com ar dócil, se aproximou, ou mais, começou a me seguir. Ainda estávamos no ‘sentido interior’ da estrada da Rhodia (aliás estrada de nome estranho).Ele me seguiu e criou-se uma amizade1- instantânea. ?? época, morava com uma galera e a vida era incerta. Mas ele era um bom vagabundo. E eu sabia que ele não passaria pelo território inóspito da vila São João. Território inóspito porque os cães locais não permitiriam a passagem de um bicho tão grande. Se ele tivesse passado (afinal tinha atravessado a movimentada estrada de nome estranho). Se tivesse atravessado o bairro curto de ruas de terra. Se tivesse. Mas o se não existe no futebol, e depois de meia hora a breve amizade ficou nisso. No breve.
3- Americana- O terceiro caso, e inspirador deste texto, aconteceu este ano- e ainda vive. ?? o caso de uma cadela, que me seguiu e se tornou uma espécie de protetora. Como todos sabem ou deveriam saber, os cães ‘sentem’ os humanos- seja ‘cheirando’ câncer ou percebendo humores.
Vamos ao caso da cadelinha.Tenho corrido por ruas de Americana, onde moro (morar no interior permite que as atividades (físicas ou sociais) sejam menos ‘esquematizadas’ por problemas de trânsito ou risco de violência. E, numa dessas corridas, uma cadela se aproximou e começou a correr do meu lado. Ora me ultrapassava, ora marchava de maneira mais lenta. A empatia foi instantânea e ela, além de seguir, fazia algo como uma escolta. Corria na frente quando cães presos em casas latiam anunciando/reclamando da nossa passagem.