A balança comercial da Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresenta um déficit de 6,72 bilhões de dólares no acumulado do ano. O resultado, que provém da análise do Observatório PUC-Campinas, é divulgado após o fechamento do mês de outubro, que teve saldo negativo de US$ 758,9 milhões na diferença entre as importações e as exportações. 
De acordo com o economista Paulo Oliveira, que analisou os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o número reflete o problema da dependência externa regional. ???Para o desenvolvimento econômico sustentado, é desejável reduzir essa dependência e aumentar a competitividade externa, principalmente por meio das exportações de produtos de maior complexidade econômica???, afirmou o docente.
Considerando apenas o mês de outubro, houve crescimento de 2,22% em produtos vendidos ao exterior em relação ao mesmo período do ano passado. O acréscimo decorre das vendas de agroquímicos e veículos de passageiros. No tocante às importações, o saldo subiu em 8,20% em razão da compra de agroquímicos e acessórios de tratores e veículos especiais.
Apesar do déficit, as exportações de outubro totalizaram 451,05 milhões de dólares, o maior valor desde 2013 para o mês. Os produtos de média-média complexidade, como sucos de fruta e vegetais, álcool etílico e óleos de petróleo, e também os de média-baixa, como agroquímicos, máquinas de construção civil, e fios e cabos condutores, são as categorias com maior participação neste resultado.
No que diz respeito aos produtos comprados de fora, percebe-se novamente um crescimento expressivo de bens de média-alta complexidade, como autopeças e produtos da indústria química, que são fabricados em países com maior grau de sofisticação tecnológica. ???Esses componentes demandam mais conhecimento para serem produzidos, e estão associados à demanda por mão-de-obra mais qualificada e maiores salários???, lembrou Oliveira.
O Município de Campinas, como de praxe, teve maior participação nas transações de outubro, tendo exportado o valor US$ 937,6 milhões, e importado o equivalente a US$ 2,6 bilhões. As cidades de Paulínia, Indaiatuba, Sumaré, Vinhedo, Americana, Valinhos, Itatiba e Jaguariúna também exibem números expressivos.
O desequilíbrio entre importações e exportações na RMC está na contramão dos resultados para o Estado de São Paulo, que acumulou superávit de 4,13 bilhões de dólares no acumulado do ano. ???Isso significa que, se não fosse pelas importações na região, o superávit do Estado seria de 10,91 bilhões de dólares???, concluiu o economista.