Nova baixa no governo Leitinho
O governo do prefeito Cláudio Schooder-Leitinho (PSD) tem sido marcado, na parte administrativa, por uma constante troca de assessores e principalmente dos secretários e secretários-adjunto. A mais nova baixa anunciada é do secretário-adjunto do Meio Ambiente, Diego Tonucci. Críticos ao governo Leitinho alegam que o comandado saiu por pressões e investigações sobre o cumprimento de horários de trabalho.
O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra trecho da Lei Complementar 67/2021 de Nova Odessa. Diego era investigado por suposto dano ao erário, já que, segundo denúncia recebida pelo MP, recebia salário da prefeitura sem comparecer regularmente ao local de trabalho. A investigação se baseia no § 4º do Art. 12 da referida lei, que permite a dispensa de controle de ponto para servidores comissionados, sob regulamentação do prefeito.
No entendimento do Ministério Público, a prática viola os princípios constitucionais da moralidade, eficiência e legalidade, além de comprometer o interesse público. O documento da promotoria aponta que, enquanto servidores gratificados registram ponto normalmente, comissionados estariam livres para entrar e sair do trabalho a qualquer momento. Um trecho do parecer do MP inclusive destaca: “É mais fácil encontrá-lo em sua choperia do que na Secretaria do Meio Ambiente”.
A Secretaria da Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica já notificou oficialmente o presidente da Câmara de Nova Odessa, vereador Oséias Jorge (PSD), que tem o prazo de 15 dias corridos para prestar esclarecimentos formais ao Ministério Público por meio eletrônico. Caso o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reconheça a inconstitucionalidade da norma, todos os servidores comissionados deverão passar a registrar sua jornada de trabalho — prática já exigida dos servidores efetivos.
Continua na administração
A reportagem do NM apurou que Diego foi recontratado como Assessor de Gabinete Superior, em portaria publicada na sexta-feira (30). Em suas redes sociais, Tonucci se manifestou a respeito da saída de secretário-adjunto de Meio Ambiente. “Eu não pedi minha exoneração. Se houvesse pedido a demissão haveria uma carta de demissão”, disse. Em seguida, o servidor critica o Jornal de Nova Odessa, que publicou como se ele tivesse pedido a própria exoneração. “Mentira”, disparou.
“Também sou acusado de não bater o ponto, o que não procede, pois Secretário não bate ponto. Esse cargo fica à “disposição” do trabalho 24 horas por dia, sete dias da semana, 30 dias do mês. Inclusive trabalhei muitos sábados, domingos, feriados e noites que caíram árvores sem ganhar 1 centavo a mais por isso”, defendeu. “Sobre a “choperia”, o que existe é um depósito de barris onde não há atendimento ao cliente, toda venda é de forma on-line”, acrescenta Tonucci.
Sobre o fato de não ficar na Secretaria, ele alega que era responsável por toda equipe operacional de rua, onde coordenava de forma presencial todo o trabalho de campo. Segundo ele, não fazia sentido permanecer fisicamente na parte administrativa se o principal do trabalho é nas ruas. “Sigo à disposição para esclarecer qualquer dúvida sobre meu trabalho, onde sempre exerci com muita responsabilidade e dedicação”, finaliza. Tonucci inclusive publicou nesta segunda-feira (2) fotos do trabalho final de revitalização do Bosque Manoel Jorge.
Acordo político
O vereador André Faganello (Podemos) disse, na sessão desta segunda-feira (2), que a saída de Diego Tonucci teria a ver com o cunprimento de um possível “acordo político” por parte do governo Leitinho. “Com certeza é pra trazer mais um ‘forasteiro’. Trazer mais um secretário de fora da cidade”, criticou.
O parlamentar defendeu o trabalho ‘incansável’ desenvolvido pelo servidor, que inclusive recebeu várias homenagens na Câmara. Faganello disse que ouviu conversas de que Tonucci teria sido exonerado de secretário-adjunto pela amizade com o colega. “Não foi só eu. Muitos homenagearam o Diego”, explicou.
“O prefeito deveria valorizar um ‘prata da casa’, que trabalhava bastante”, acrescentou Faganello. O vereador ainda disse que está “ansioso” pra saber quem vai ser o novo secretário-adjunto de Meio Ambiente. E que informações extraoficiais dão conta de que seria pessoa ligada a quem “não soma nada” pra cidade.
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