Semaglutida – Um estudo recente publicado pelo jornal inglês de medicina

“The New England Journal of Medicine”, indicou uma redução no risco de morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral em 20% em pessoas que fazem uso de semaglutida (Wegovy). A pesquisa foi realizada entre pacientes com doenças cardiovasculares (DCV) pré-existentes, com sobrepeso ou obesidade, mas que não tinham diabetes. A dose administrada foi de 2,4 mg de semaglutida subcutânea.

Para o médico do esporte e nutrólogo, Dr. Thiago Viana, esse resultado é extremamente positivo e só dá mais segurança na utilização da medicação quando necessária em pacientes nessas condições. “Esse estudo foi feito em pacientes que já tinham histórico prévio de doenças cardiovasculares. Não eram pacientes de baixo risco e trouxe ótimos resultados, o que nos dá maior tranquilidade de utilizar o medicamento. É tão importante saber sobre sua eficiência como sobre sua segurança”, avalia o médico.

A pesquisa

A pesquisa envolveu mais de 17 mil voluntários que já tinham tido infarto, acidente vascular cerebral (AVC) ou entupimento das artérias das pernas. Eles receberam uma dose semanal durante 104 semanas. A maioria tinha sobrepeso ou obesidade grau I e não tinham diabetes. Os voluntários foram distribuídos em dois grupos, metade usou a dose semanal de 2,4 mg de semaglutida subcutânea; e a outra metade recebeu injeções de placebo.

Semaglutida - Um estudo recente publicado pelo jornal inglês de medicina

Aqueles que utilizaram a semaglutida apresentaram uma redução de 20% no risco de terem um novo infarto, derrame ou morrerem de causas cardíacas. Um resultado histórico para a medicina. Além disso, os pacientes tiveram uma perda de peso de aproximadamente 15.2%. Segundo o Dr. Thiago, os riscos colaterais ficam abaixo dos 4%. “Para uma medicação ser liberada para o tratamento da obesidade, ela passa por um crivo bem rigoroso, porque ela tem que ser uma medicação extremamente segura. E esse estudo nos certificou disso”.

Como ela pode ajudar a diminuir os riscos no futuro

Ainda segundo o estudo, prevê-se que mais de metade da população mundial tenha excesso de peso ou obesidade até o ano 2035. Estima-se que o alto índice de massa corporal (IMC) tenha sido responsável por 4 milhões de mortes em todo o mundo em 2015, mais de dois terços dos quais foram causados por doenças cardiovasculares.

O sobrepeso e a obesidade estão associados a um risco aumentado de eventos cardiovasculares, mesmo após a influência de fatores de riscos cardiovasculares metabólicos associados ao excesso de peso. Viana destaca que esse estudo também ajuda a esclarecer alguns mitos e preconceitos sobre o uso da medicação. “Muitas pessoas têm medo de tomar medicações para emagrecer por vários motivos, mas precisam enxergá-la como uma ajuda”.

Ainda segundo o médico é importante deixar claro que a obesidade traz mais riscos para a sua saúde do que a medicação. “O sobrepeso e a obesidade podem e devem ser tratados, pois são fatores de risco para doenças cardiovasculares modificáveis, ou seja, eliminando esses riscos se fizer um tratamento correto”, conclui o especialista.

 

Sobre o Dr. Thiago Viana

O médico do esporte, nutrólogo e ortopedista, Dr. Thiago Viana se formou pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM), em 2010. Atualmente, ele atende em sua clínica na cidade de Bauru e tem seu trabalho focado na medicina esportiva, qualidade de vida, com foco em emagrecimento e melhora de performance.

O Dr. Thiago é pós-graduado em medicina esportiva pela faculdade BWS, nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e Bodybuilding Coach pela Uniguaçu, além de possuir certificado internacional Crossfit Level I.

Com título de especialista em medicina do exercício e do esporte e ortopedia e traumatologia, e nutrologia, o especialista ainda é membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e de Cirurgia de Ombro e Cotovelo (SBCOC), membro da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO), membro da European Board of Obesity Medicine e membro associado da Sociedade Brasileira de Andropausa e Menopausa (SBAM).