(Reuters) – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta sexta-feira a Procuradoria-Geral da República a investigar os fatos narrados na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que cita o presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), entre outros políticos.
A decisão de Teori atinge em cheio o núcleo de poder do PMDB e poderá se tornar um fator de desestabilização do governo Temer.
Teori também atendeu pedido da PGR de enviar partes da delação de Machado ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas ações da operação Lava Jato na primeira instância da Justiça.
Em sua delação, tornada pública pelo Supremo em junho, Machado acusa o presidente Michel Temer de ter lhe pedido recursos ilícitos para a campanha do então candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo Gabriel Chalita, em 2012.
???O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente (Machado) era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita???, disse o termo de colaboração divulgado pelo STF.
“Que ambos acertaram o valor, que ficou em 1,5 milhão de reais; que a empresa que fez a doação — no valor ajustado — foi a Queiroz Galvão.???
?? época, Temer negou as acusações e classificou de “criminosas” as afirmações do ex-presidente da Transpetro. A assessoria da Presidência da República disse, nesta sexta-feira, que não iria comentar a decisão do ministro do STF.
Machado disse ainda no acordo de colaboração com a Justiça que, durante seu período à frente da Transpetro, foram repassados ao PMDB pouco mais de 100 milhões de reais em recursos ilícitos de empresas que tinham contratos com a subsidiária da Petrobras. Desse montante, segundo disse Machado na delação, o maior valor, 32 milhões de reais, foi destinado a Renan Calheiros.