O vereador e presidente da Câmara de Sumaré, Willian Souza (PT), afirmou na sessão desta terça-feira (23) que frases ditas pelo colega Toninho Mineiro (PV) teriam cunho racista. Após criticá-lo, disse que estuda a adoção de medidas através do Conselho de Ética do Legislativo. Souza pediu que Toninho se retrate com os negros e negras da cidade.
A problemática veio à tona após Toninho pedir que os colegas assinassem uma moção que pedia a revisão do reajuste de IPTU (Importo Predial e Territorial Urbano). Ele falou: “Coloquei na íntegra, pra nego ler”. O presidente usou a tribuna livre para repudiar a expressão, que ele alega ter sentido racista, mesmo que não intencionalmente.
Além disso, Souza mencionou que Toninho teria feito no passado brincadeiras homofóbicas com um funcionário da Câmara, que lhe renderam sindicância no Poder Legislativo – arquivada por falta de provas. “Esse vereador reúne o que há de mais escroto”, disparou o presidente. “Não pode usar as expressões ‘Pra nego ler’, ou ‘Pra nego ouvir’”, reforça.
Líder de movimentos sociais, Souza afirmou que pode mobilizar defensores dos negros para se manifestar a respeito do assunto. O vereador Ulisses Gomes (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara, também criticou. “Isso é inadmissível. Temos que banir o racismo. Não existe mais brincadeira. Já foi o tempo das piadinhas”, pondera.
“Quem sou eu pra ser racista? Jamais faria isso”, defendeu Toninho Mineiro. “Inclusive a minha esposa faz parte dessa cultura. Ela é morena”, rebate. “É o jeito simples e caipira que fui criado. Falam algumas palavras”, diz. “Se alguém me interpretou mal, me desculpe. Não houve maldade. Estou no quinto mandato, mas sempre aprendendo com todos”, conclui.