Há bem pouco tempo, Taís Araújo esquivava-se de parecer sensual. Mas isso foi mudando, e mudou. A atriz, que superou preconceitos desde que foi catapultada à fama, aos 17 anos, na extinta tevê Manchete, encarnando Xica da Silva (1996), se tornou uma mulher forte, segura. E topou fazer o primeiro ensaio sensual de sua carreira. Embora acredite que o foco na sexualidade possa ser cruel. “Adoro parecer mulherão, mas ser apenas isso é injusto”, fala.
Quando foi para a Globo, encarnou papéis menores até surgir como estrela em Da cor do pecado (2004) e, mais tarde, viver uma vilã em Cobras e lagartos (2006). Apesar do sucesso e burburinho ao seu redor, não costumava estampar capas de revistas. “Fui conquistando meu espaço com diplomacia. E sem essa de coitadinha. Eu sou negra, tinha consciência do país em que nasci”, afirma.
Foi só quando fez A favorita (2008) que passou a ter lugar cativo em capas de revistas e suplementos de jornal, vencendo o mito de que artistas de pele escura derrubam números de circulação. Mesmo assim, por muito tempo, para estar em uma capa não bastava ser Taís, era preciso ter ao lado frases ligadas a inclusão social, superação. Teve uma revista que até afinou seu nariz ??? “patético”, ela lembra.