Número de linhas ativas de telefonia fixa com pessoas físicas aumentou 6% entre janeiro de 2021 e dezembro de 2022; pacotes de serviço com telefone e internet atrai consumidores do setor empresarial
A redução dos custos de manter o celular, o surgimento de meios alternativos de comunicação e a flexibilidade que aparelhos móveis fizeram com que a telefonia fixa fosse deixada de lado no cotidiano dos consumidores (pessoa física). Mesmo com oferta de pacotes triplos (voz, dados e televisão), muitos usuários simplesmente não utilizam a telefonia fixa em suas residências. Afinal, a telefonia fixa se tornou tão dispensável assim?
A Resposta é não! Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgados em setembro de 2022, o consumo dos ‘fixos’ cresceu 6% entre empresas e passou de 11,6 milhões de linhas ativas em janeiro de 2021 para 12,3 milhões em dezembro de 2022. Mesmo que não sejam mais essenciais para pessoas físicas, especialmente com a cobertura de serviços móveis disponível em grande parte do território, muitas empresas entendem que os fixos são ferramenta estratégica para facilitar a comunicação, seja para conquistar novos clientes, ou para manter um atendimento mais efetivo após a contratação do serviço.
Flávio Gonçalves é CEO da SIPPulse, empresa que oferece produtos tecnológicos de telecomunicação, e lembra que em muitos casos o contato telefônico agiliza o atendimento. “E-mails e WhatsApp são ferramentas importantes, mas há casos complexos em que somente ligações resolvem os problemas dos clientes. As gerações que vieram antes da Millenium e Z também tendem a preferir o contato telefônico”, lembra o executivo. Há ainda serviços em que a telefonia fixa é obrigatória, como nos casos dos bancos e das companhias aéreas, o que mantém o serviço em constante renovação.
TF, internet e dados na nuvem
Provedores de internet também têm apostado na oferta dos fixos para ampliar o serviços, aumentar o ticket médio e garantir a fidelidade dos clientes. Para isso, dependem de empresas externas que fornecem os softwares ideais para distribuição, como é o caso da SIPPulse. “Muitas vezes, os provedores têm uma receita maior com telefonia do que com a internet. Por isso, oferecer comunicação por voz, além de lucrativo, é essencial, pois se não oferecer, as provedoras perdem de prestar serviço de dados também”, acrescenta Flávio.
Com a tecnologia da SIPPulse, os provedores de internet podem oferecer, além de telefonia fixa, os serviços de valor agregado (SVA). Um exemplo é a PABX — sigla em inglês que significa Private Automatic Branch Exchange (Troca Automática de Ramais Privados) —, uma plataforma de serviços de telefonia corporativa que permite a conexão direta com outras linhas internas, inclusive sem fio e em diferentes residências, por meio de ramais. Essa central conecta-se diretamente à uma operadora de telefonia de modo virtual, ou seja, por nuvem.
Segundo John Kinney, Diretor-Geral de Operações da SIPPulse, a central telefônica em nuvem é uma demanda forte, sobretudo para provedores que oferecem serviços ao mercado corporativo. “Muitas empresas, e principalmente agências de governo, estão partindo para a compra de serviços de acesso de telefonia com serviços de PABX em nuvem. Então, a oferta da plataforma (o sistema de telefonia corporativa) através de operadoras é muito mais eficaz do que você fazer uma abordagem direta. Para nós também é mais confortável, do ponto de vista técnico”, explica John.
Durante a pandemia, e mesmo agora como novo paradigma de local de trabalho, com parte significativa dos colaboradores operando de forma remota, muitas empresas precisaram adotar soluções digitalizadas, como manter na nuvem. “Hoje, depende de uma rede de dados. Quando começa a falhar aquela rede, a recepção cai. Mas é um problema da rede, não da telefonia. Quando o operador oferece os serviços de forma integrada, a detecção de problemas, e sua correção, fica muito mais eficácia”, complementa o Diretor-Geral de Operações.
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Vantagens para empresas
Manter uma linha dessa hoje em dia é muito mais fácil, uma vez que tem baixo custo, tanto pelos valores quanto pela manutenção. Além disso, existem pacotes de operadoras que agregam telefonia fixa, móvel e internet, que são os preferidos pelas empresas e possuem bons custo-benefício.
A comunicação por voz ainda é muito importante para consumidores sentirem que são importantes para quem lhe oferece um serviço ou produto. E há também a disponibilidade de novos recursos tecnológicos para atendimento por telefone, o que pode parecer contraditório porque a telefonia fixa é vista como “ultrapassada”.
“O fixo ainda é importante no setor corporativo. A comunicação por voz ajuda a manter e melhorar a experiência do usuário, fortalecendo a boa relação entre empresa e cliente, além da importância para o fortalecimento da imagem institucional perante o consumidor”, conclui John.