Um em cada cinco brasileiros (19%) adultos que vivem nas capitais brasileiras consomem refrigerante ou sucos artificiais todos os dias, informou o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (7). Refrigerantes são o sexto produto alimentício preferido por crianças e adolescentes entre 12 e 17 anos, atrás de arroz, feijão, pão, suco e carnes. Na lista dos 20 produtos mais consumidos por essa parcela da população, as frutas sequer aparecem.
Segundo o ministério, somente 37,6% da população adulta das 27 capitais relataram consumir frutas e hortaliças regularmente ??? um aumento de 29,9% em comparação com 2010. Carnes com excesso de gordura são frequentemente consumidas por 31,1% da população.
Os dados apresentados pelo ministério são parte do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, que entrevistou jovens de 124 municípios, e da pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que entrevistou 54 mil adultos por telefone nas capitais brasileiras.
O estudo aponta que o feijão é parte da rotina diária de 64,8% dos brasileiros. Doces são consumidos quase todos os dias por 20% da população. Segundo a pesquisa, 15,5% dos brasileiros substituem o almoço ou jantar por lanches.
O ministério identificou que 56,6% dos jovens fazem as refeições em frente à televisão e 73,5% desse público passam mais de duas horas por dia em frente à tela do PC ou do videogame. Segundo a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição, Michele Lessa, a situação cria impacto para a rotina dos adolescentes, que acabam não prestando atenção ao que comem.
Outro dado que a especialista apontou é o fato de que menos da metade (51,8%) dos jovens bebe menos de cinco copos d???água por dia ??? quando o recomendado é de oito copos. ???A gente observa que a água é substituída por suco, que é tão prejudicial quanto o refrigerante???, disse.
Ela também considerou preocupante o fato de que os adolescentes estejam se tornando cada vez mais dependentes de produtos industrializados. O motivo é a falta de conhecimento dos jovens em preparar a própria comida.