Daniela Arbex será a próxima Artista Residente do IdEA/Unicamp
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Reconhecida por seu trabalho investigativo de forte impacto social, a jornalista e escritora Daniela Arbex será a próxima artista residente do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp (IdEA). Com o tema “O papel da literatura na construção da memória coletiva do Brasil”, a residência acontece entre 28 de julho e 28 de setembro de 2025, e terá uma extensa programação gratuita e aberta ao público, com certificação para atividades específicas.
A agenda inclui palestras, como “Holocausto brasileiro: o que o passado nos ensina” (5/8), e “Arrastados: os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho” (23/9), além de oficinas com vagas limitadas, como “Como nasce um livro” (19/8) e “Escuta afetiva: a delicada tarefa de ouvir vítimas de traumas” (26/8). Também estão previstas mesas-redondas com convidados de destaque, como a diretora Júlia Rezende e o jornalista Ivan Mizanzuk (confira a programação completa no final).
Daniela Arbex é autora de best-sellers como Holocausto brasileiro, Todo dia a mesma noite e Arrastados, com obras adaptadas para documentários, minisséries e cinema. Sua produção literária contribui de forma decisiva para a preservação da memória coletiva e o debate sobre direitos humanos no país.
A residência integra o Programa Hilda Hilst do Artista Residente, iniciativa do IdEA que propõe a aproximação entre artistas, pesquisadores e sociedade a partir de projetos interdisciplinares.
Programação completa
Palestras
🔸05 de agosto de 2025, às 19h
Holocausto brasileiro: o que o passado nos ensina | Inscreva-se
Local: Auditório da ADunicamp
🔸23 de setembro de 2025, às 19h
Arrastados: os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho | Inscreva-se
Local: Auditório da ADunicamp
🔸24 de setembro de 2025, às 19h
Participação nas Quartas Interdisciplinares da FCA/Unicamp | Inscreva-se
Local: Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp – Limeira
Cine DCult
🔸06 de agosto de 2025, às 19h
Exibição do documentário Holocausto brasileiro | Inscreva-se
Local: Auditório da ADunicamp
Oficinas (vagas limitadas)
🔸19 de agosto de 2025, às 14h
Como nasce um livro | Inscreva-se
Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp
🔸26 de agosto de 2025, às 14h
Escuta afetiva: a delicada tarefa de ouvir vítimas de traumas | Inscreva-se
Local: Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp
🔸02 de setembro de 2025, às 14h
A palavra ressignifica o luto | Inscreva-se
Local: Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp
🔸09 de setembro de 2025, às 14h
Quando a pesquisa se torna documento histórico | Inscreva-se
Local: Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Unicamp
Mesas-redondas
🔸08 de agosto de 2025, às 19h
Como transportar uma tragédia para as telas | com Daniela Arbex e Júlia Rezende | Inscreva-se
Local: Auditório da ADunicamp
🔸26 de setembro de 2025, às 19h
Projeto Humanos: um podcast em defesa dos direitos | com Daniela Arbex e Ivan Mizanzuk | Inscreva-se
Local: Auditório do Instituto de Artes da Unicamp
Sobre Daniela Arbex
Daniela Arbex é uma das jornalistas mais premiadas de sua geração, com mais de 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles o Troféu Imprensa de melhor repórter investigativa do Brasil (2020), o americano Knight International Journalism Award (2010), prêmio IPYS de Melhor Investigação Jornalística da América Latina (2009) e o Natali Prize, que recebeu na Bélgica, em 2002.
Arbex é autora de seis livros. “Holocausto brasileiro – Genocídio: 60 mil mortos no maior hospício do Brasil” (2013), sua obra de estreia, foi eleita o Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e o segundo melhor Livro-Reportagem pelo Prêmio Jabuti (2014). O livro aborda um dos maiores genocídios ocorridos no Brasil: as 60 mil mortes e milhares de vidas afetadas de maneira irreversível pelo descaso e abandono que durou mais de 50 anos no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, o Colônia. Publicado no Brasil e em Portugal, o livro foi transformado no documentário “Holocausto Brasileiro” (2016), disponível no catálogo da Netflix. A obra também inspirou a série de ficção “Colônia” (2021), da Globoplay, que está em sua segunda temporada, e o filme “Ninguém Sai Vivo Daqui”, que estreou nos cinemas nacionais em 2024.
A escritora publicou, ainda, “Cova 312”, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria livro-reportagem (2016), que narra a história real de como as Forças Armadas torturaram e mataram um jovem militante político, Milton Soares de Castro, forjaram seu suicídio e sumiram com o corpo.
Em 2018, lançou “Todo dia a mesma noite“. Daniela Arbex visita a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde incêndio na boate Kiss resultou na morte de 242 pessoas em janeiro de 2013, e dá voz aos sobreviventes e aos pais de vítimas, médicos, bombeiros e demais pessoas envolvidas na tragédia. O livro deu origem à minissérie dramática homônima exibida pela Netflix em 2023, que se tornou uma das 10 séries de língua não-inglesa mais assistidas em todo o mundo.
Em 2020, lançou a biografia “Os dois mundos de Isabel”, que nos apresenta Isabel Salomão de Campos, uma mulher de 96 anos, nascida no interior de Minas Gerais, que dedica a vida a ajudar milhares de pessoas.
Já em 2022, publicou “Arrastados”, que reconstitui a trajetória das vítimas do desastre de Brumadinho e os trabalhos de resgate em um relato brutal e extremamente delicado ao mesmo tempo. O livro apresenta ainda fotografias que ajudam a dimensionar e humanizar a tragédia. A obra venceu o prêmio Vladmir Herzog, na categoria Direitos Humanos (2023), e está em adaptação para série documental que será exibida pela Globoplay em 2026.
Em 2024, a escritora publicou “Longe do ninho”, seu best-seller mais recente, que trata da morte de dez atletas do Flamengo após incêndio no Ninho do Urubu, e denuncia a falta de capacidade dos clubes brasileiros de promoverem a saúde mental de jovens esportistas.
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