(Reuters) – As vendas e lançamentos de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo subiram em janeiro contra o mesmo período do ano passado, mas o valor geral de vendas das unidades comercializadas recuou, em um sinal de que o setor está recorrendo a descontos para conseguir fazer caixa, afirmou a entidade que representa o setor, Secovi-SP.
O número de unidades vendidas somou 950, alta de 28,9 por cento sobre janeiro de 2015. Já os lançamentos dispararam 75,1 por cento no período, a 956 unidades.
Porém, segundo a entidade, o Valor Geral de Vendas (VGV) caiu 5,4 por cento ante janeiro do ano passado, a 389,5 milhões de reais.
“A queda do VGV está relacionada às dificuldades ocasionadas pela crise político-econômica, que atrapalha o ambiente de negócios e faz com que as empresas, para fazer caixa, ofereçam imóveis com condições mais atrativas e até com desconto no preço”, disse o vice-presidente de incorporação do Secovi-SP, Emilio Kallas, em nota à imprensa.
Na comparação com dezembro, as vendas e lançamentos mantiveram o tom de fraqueza de 2015, recuando 66,8 e 67,4 por cento, respectivamente.
No ano passado, o mercado imobiliário viu uma redução de 37 por cento dos lançamentos, com 12,5 mil unidades a menos do que em 2014. As vendas recuaram 6,6 por cento no período.
“Esta fase de ajustes poderá prolongar-se, criando incógnitas em relação ao comportamento do mercado em 2016”, disse o Secovi. Segundo a entidade, uma recuperação do setor depende dos rumos do país e da melhoria da conjuntura, com aumento da confiança do consumidor e redução do estoque de imóveis.
O quadro de fraqueza também se reflete nas 38 outras cidades da região metropolitana paulista, onde não houve lançamentos em janeiro e em que as vendas tiveram queda de 51,6 por cento sobre dezembro. Sobre janeiro de 2015, as vendas cresceram 34,5 por cento, segundo no Secovi-SP.