O volume de vendas do comércio varejista do Brasil caiu 3,1% em agosto de 2021, em comparação com o mês de julho. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (06) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e refletem o cenário de inflação alta e instabilidade no mercado de trabalho no país.
A queda é a mais intensa já registrada para meses de agosto da série histórica, que teve início em 2000, além de representar o maior recuo mensal (-6,1%) desde dezembro de 2020. Com isso, o patamar de vendas do setor varejista retrocede ao nível de julho de 2020.
Após revisões dos resultados, o IBGE também atualizou dados anteriores: inicialmente, o avanço do setor de julho frente a junho tinha sido de 1,2%, mas o dado foi revisado para uma alta de 2,7%. Ao mesmo tempo, o dado de junho que indicava uma alta de 0,9% foi atualizado para uma queda de 1,1%.
“Muitos negócios vêm sendo impactados pela alta da inflação nos últimos meses. As altas taxas de desemprego e instabilidade do mercado de trabalho também diminuem o poder de compra de milhares de famílias, o que retroalimenta esse ciclo de retração do setor do comércio varejista”, comenta Thomas Carlsen, COO e co-fundador da mywork, startup especializada em controle de ponto online e gestão de departamento pessoal.
O IBGE ainda indica que as vendas encolheram em seis das oito atividades pesquisadas, especialmente em artigos de uso pessoal e doméstico (-16,0%), que abrange lojas de departamento, por exemplo.
Também foram registradas quedas nas vendas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,7%), combustíveis e lubrificantes (-2,4%), móveis e eletrodomésticos (-1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-1,0%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,9%).
“Embora o setor ainda sobre com os reflexos da pandemia, muitos negócios já se reinventaram com novas estratégias de divulgação e venda de seus produtos e serviços”, acrescenta Thomas. “Em nossa plataforma de controle de ponto online, identificamos que muitas empresas que haviam interrompido as atividades no final de 2020 retornaram à ativa em 2021 e seguem funcionando com novas abordagens”.