O vereador André Faganello (Podemos) fez uma grave denúncia esta semana: de suposto uso indevido de veículo oficial da Prefeitura de Nova Odessa para uma visita político partidária, inclusive com a filiação do vice-prefeito Alessandro Miranda (Mineirinho) ao PP (Partido Progressistas). A viagem até o escritório político do partido presidido a nível estadual pelo deputado Maurício Neves, ocorreu em 17 de março e teve a participação de dois secretários-adjuntos (Educação e Segurança Pública), além de um diretor (TI).

Mineirinho foi acompanhado pelos secretários-adjuntos de Segurança, Silvio Cabo Natal, e de Educação, Ricardo Eugênio, e pelo diretor de Tecnologia da Informação e Transparência, Vagner Santos. A agenda foi realizada em escritório do partido e o vereador acusa que o ato de filiação do vice-prefeito em horário de trabalho, utilizando carro oficial, configura um possível “crime de administração pública” e promete levar o caso ao Ministério Público.

“Foram até o escritório político do PP em São Paulo pra filiar o vice-prefeito e o diretor de TI, o senhor Vagner. E ainda acompanhados por dois secretários-adjuntos, Educação e Segurança (Pública). Presidente e vice-presidente do partido (em Nova Odessa)”, descreveu André Faganello. “Política (partidária) não pode fazer com bens públicos”, apontou. “Eles estão brincando com o dinheiro público. Vou denunciar no Ministério Público”, prometeu.

Frota está sem rastreador

O vereador também revelou que a frota de mais de 150 veículos oficiais de Nova Odessa está sem rastreador após rescisão do contrato, cujo pagamento estaria atrasado há seis meses. “Não foi renovado”, apontou Faganello. O vereador encaminhou e teve respondido requerimento no qual pedia informações sobre o sistema de rastreamento dos veículos oficiais do município. O documento foi respondido pela “Secretaria de Transporte”, um departamento que não existe de fato com essa nomenclatura, motivando críticas do parlamentar.

“Está sem (rastreador) porque eles lotam o carro da Educação e vão lá no escritório do PP em São Paulo filiar o vice-prefeito em horário de trabalho. Isso é crime de administração pública”, reforçou André Faganello. O vereador diz que os próprios citados divulgaram em redes sociais a ação de filiar Mineirinho no PP. A estratégia, segundo dizem articuladores políticos, é preparar terreno político para o vice-prefeito concorrer a deputado nas eleições de 2026 e preparação para tentar a sucessão de Leitinho na Prefeitura de Nova Odessa em 2028.

O parlamentar ainda criticou a atitude ocorrer em um momento no qual o município enfrenta problemas administrativos. “Tudo isso e faltando coisas nas escolas. Além disso, desde julho eles não pagam, não repassam, a ‘Taxa do Lixo’: R$ 2,476 milhões. Dinheiro que não é deles. Isso aqui é apropriação indébita. (Vo)cês pegaram do povoe não repassa pra Coden (Ambiental)”, acrescentou André Faganello.

Busca de recursos em SP

Dois dias depois da viagem, a Prefeitura divulgou um comunicado oficial informando que a viagem era para a formalização de um pedido do prefeito Cláudio Schooder-Leitinho(PSD), de R$ 1 milhão, através de uma emenda parlamentar, para custeio da Rede Municipal de Saúde de Nova Odessa. A informação passada era que o vice-prefeito solicitou ainda ao deputado a destinação de recursos para a construção da sede própria para a GCM (Guarda Civil Municipal), em área municipal da Avenida João Pessoa.

A reportagem do Novo Momento encaminhou questionamento à Prefeitura, por meio da Diretoria Municipal de Comunicação, para saber a posição diante da denúncia do vereador e a respeito da falta de rastreamento da frota municipal. Até o momento do fechamento da matéria não houve retorno, mas o NM concede espaço caso a Administração Municipal queira se manifestar.