O presidente da Câmara Municipal de Sumaré, vereador Willian Souza (PT), realizou diligência na rodoviária de Campinas, na última segunda-feira (11), para verificar a situação dos ônibus intermunicipais que fazem as linhas entre Sumaré e Campinas. O que o parlamentar encontrou foi uma lista de problemas que colocam em risco os usuários do transporte público, especialmente neste momento em que o distanciamento social é uma das principais estratégias de combate ao novo coronavírus.
“A situação é caótica, com ônibus lotados, atrasos nos horários e pessoas sendo transportadas nas escadas, inclusive idosos”, constatou Willian. A diligência foi motivada depois que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), companhia controlada pelo Governo do Estado de São Paulo, respondeu a um ofício do parlamentar, enviado no começo da pandemia de coronavírus, negando que houvesse poucos ônibus em circulação e falta de cuidados e de higienização.
No ofício enviado pelo gabinete ao Ministério Público, no dia 3 de abril, o vereador Willian Souza anexou fotos que mostravam aglomeração nos ônibus, o que corroborava com a informação recebida pelo parlamentar de que a empresa pública teria reduzido o número de linhas.
Em resposta ao ofício, no dia 14 de abril, a EMTU reconheceu que reduziu o número de linhas, mas alegou que manteve “um nível de serviço adequado às necessidades dos usuários, em cumprimento às orientações do Governo do Estado”. A EMTU informou que o número de passageiros transportados nas linhas metropolitanas reduziu aproximadamente 75% nos dias úteis durante a epidemia, caindo de 30 para 13, em média, a quantidade de pessoas transportadas em cada viagem.
“Não foi isso que constatamos quando fomos verificar a situação de perto. Pude presenciar filas gigantescas, aglomerações de pessoas, nem um tipo de orientação pessoal a não ser cartazes e um alto-falante solicitando, dentro de um espaço de tempo, o pedido de uso de máscaras. Durante a minha presença no local, os fiscais e seguranças não conversaram com usuários passando orientações sobre os cuidados necessários para evitar a contaminação por Covid-19. Ao contrário, mantiveram uma postura de perseguição, acompanhando todo trabalho que realizei de perto com tom intimidatório e falaram palavras de ordem para que eu não gravasse ou fotogravasse dentro do espaço da rodoviária de Campinas, conforme ordens, segundo os funcionários, da diretoria”, relata Willian.
Os flagrantes presenciados pelo vereador na diligência dessa semana foram relatados em ofício enviado à promotora Luciane Cristina Nogueira Lucas Lo Réque, para que sejam tomadas providências.