Os vereadores de Sumaré se mobilizaram após a divulgação de um estudo que revelou a contaminação da água que chega às torneiras dos consumidores sumareenses. Durante a sessão ordinária desta terça-feira (15), os parlamentares cobraram explicações da BRK Ambiental, concessionária do serviço de água e esgoto no município. No requerimento nº 38/2022, escrito pelo presidente da Câmara, vereador Willian Souza (PT), foi elencada uma série de perguntas que deverão ser respondidas pela empresa. O documento foi aprovado com 20 votos favoráveis.
No texto, Willian cita o levantamento feito pela ONG Repórter Brasil, com dados do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que encontrou, na água de Sumaré, duas substâncias com maiores riscos de provocar doenças crônicas: os agrotóxicos (DDT + DDD + DDE) e a substância orgânica benzopireno. Os dados referem-se a amostras coletadas entre 2018 e 2020.
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O inseticida DDT é classificado como provavelmente cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem seu uso proibido no Brasil. Já o DDE e o DDD são produtos derivados da degradação desse inseticida. Por sua vez, o benzopireno, além de cancerígeno, é classificado como mutagênico, podendo causar dano ao DNA. Essa substância pode ser encontrada na fumaça de cigarro e na combustão de veículos automotores e da madeira.
“Após a constatação relatada pela ONG Repórter Brasil, com dados do Sisagua, a concessionária identificou ou encontrou as referidas substâncias informadas após o ano de 2018 em suas análises periódicas? Se sim, a Cetesb, a Ares-PCJ e o Município de Sumaré foram comunicados?”, questiona Willian, que solicita cópias de eventuais documentos relacionados.
O presidente da Câmara ainda pergunta, se entre 2018 e 2020, a concessionária recebeu algum tipo de reclamação em relação à ingestão da água, bem como seu uso externo, tais como alergias e irritações na pele. O vereador também quer saber se atualmente a cidade de Sumaré atente ao padrão de potabilidade e de qualidade da água estabelecidos pelo Ministério da Saúde.