Ao ser selecionado por uma ligação ou por e-mail para uma entrevista de emprego não tem como esconder a ansiedade misturada com a alegria, porém logo vem a dúvida. Será que vou conseguir? Ou tomara que tenha pouca gente! Entretanto não basta ser qualificado, ter um belo currículo e anos de experiência. Tem os testes Psicotécnicos que muitas vezes é o poder de decisão do Psicólogo organizacional ou algum aprendiz de Recursos Humanos. Agora eu te pergunto: Quantas vezes você fez uma entrevista, e todas exigências solicitadas pela empresa estava no seu currículo juntamente com sua vasta experiência, sentiu se apto ao trabalho, mas não foi aprovado? Será que os testes Psicotécnicos apontaram que você não é capaz de exercer a função? Perder a vaga para um candidato que tem um inglês melhor, ou sabe um pouco mais de Excel é aceitável, mas ser desqualificado porque no teste perguntou se você no final de semana é mais caseiro ou gosta de sair com os amigos, tem tanto impacto no profissionalismo do trabalhador? Longe de mim duvidar dos métodos aplicados pela Psicologia e suas analises comportamentais, mas cabe ao menos uma discussão referente a este tema.Ha quinze anos, concorri a uma vaga de emprego no Unibanco antes da fusão com o banco Itaú para a área de vendas de serviços. Havia no local 40 candidatos além de mim. Passamos o período diurno todo nas salas interativas, com várias dinâmicas, e o ultimo desafio era fazer uma apresentação de aumento nas vendas de serviço para dez gerentes de agencias bancarias. Entre os tantos candidatos fiquei em primeiro lugar, mas não aceitei o cargo devido a outra proposta.Mas o que quero dizer que não houve testes Psicotécnicos, fomos diretos à pratica, nos jogaram no meio dos leões em situações do cotidiano e venceu o melhor.No ponto de vista acadêmico não critico professores que preparam seus alunos para o mercado de trabalho, mas eu nunca fiz isso. Sempre preparei meus alunos para enfrentar problemas e desafios que ocorrem no trabalho e encontrar soluções o mais rápido possível com exercícios práticos em sala de aula, e assim posso ter o feedback positivo ou negativo.Alguns testes estão completamente desatualizados com o atual mercado, não acompanham a tecnologia e não consegue apontar com precisão os defeitos do candidato. Podem notar isso, se a vaga é para área de vendas ou para área fiscal o teste Psicotécnico é o mesmo, porém os perfis para as vagas são completamente diferentes. Portanto quero deixar algumas perguntas para reflexão: Será que essas agências de emprego nunca dispensou um bom profissional por causa do teste psicotécnico? Ao invés de testes Psicotécnicos o que acham de testes práticos da vaga ofertada? Não seria melhor o Empregador participar do processo seletivo e assim poder avaliar melhor seus candidatos?Após estas reflexões, podemos julgar com mais clareza à eficácia dos processos seletivos, caso contrário, continuaremos refém dos temidos testes Psicotécnicos.
Flavio TrentinFlavio Trentin é professor na área de humanas, Bacharel em Administração de Empresas com ênfase em Comercio Exterior, Graduado em História, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas e Especialista em Gestão de Carreira.