A  Anvisa aprovou, nesta quarta-feira (15/5), um aumento do controle para o medicamento zolpidem, indicado para o tratamento de insônia. Com isso, qualquer medicamento contendo zolpidem deverá ser prescrito por meio de Notificação de Receita B (azul), já que o produto faz parte da lista de substâncias psicotrópicas da norma de substâncias controladas no Brasil. A receita tipo B exige que o profissional prescritor seja previamente cadastrado na autoridade local de vigilância sanitária. A medida foi adotada a partir do aumento de relatos de uso irregular e abusivo relacionados ao uso do zolpidem. A partir de 1º de agosto de 2024, a Notificação de Receita B (azul) passa a ser obrigatória para a prescrição de todos os medicamentos com zolpidem, independente da concentração da substância.

A  Associação Brasileira do Sono (ABS) e a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) já fizeram  alertas sobre os frequentes relatos do abuso de zolpidem, efeitos adversos e o uso sem acompanhamento profissional. Portanto, a aprovoção da resolução que torna mais rígida a prescrição do medicamento é válida para que o uso do zolpidem seja indicado e acompanhado por um profissional que poderá prescrever o tratamento de forma adequada, evitando o aumento de efeitos colaterais.

“A  ABS vem nos últimos anos participando de forma ativa no combate ao uso abusivo do zolpidem. Esta resolução da Anvisa aumenta o controle do uso do zolpidem, visando em última análise privilegiar a boa indicação em benefício dos nossos pacientes”, afirma Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono.

A insônia é um transtorno do sono comum na população mundial e no Brasil. O tratamento da insônia é baseado em medidas comportamentais, terapia psicológica e o uso de medicação quando indicado. Dentre as opções terapêuticas, o zolpidem é indicado para o tratamento da insônia inicial e de manutenção. O uso inapropriado da medicação, isto é, doses além das recomendadas assim como o uso fora do período estabelecido para dormir, aumentam o risco de dependência, tolerância e conseqüências graves como alucinações causando danos morais, financeiros e físicos. Os riscos dos efeitos indesejáveis graves são potencializados na associação do uso do zolpidem à ingestão de bebida alcoólica e outros sedativos.

 

Sobre a Associação Brasileira do Sono

Fundada em Agosto de 1985 com o nome Sociedade Brasileira do Sono, a instituição congrega todos os profissionais brasileiros que estudam sono, incluindo desde áreas experimentais básicas, Biólogos, Técnicos de Polissonografia, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Psicólogos, Odontologistas e Médicos. A associação é fundamentalmente desde sua origem multidisciplinar e a lista de especialistas que participam da sociedade não para de crescer.

Com o passar dos anos a sociedade se adaptou aos desafios e, desde 2005, passou a se chamar Associação Brasileira do Sono (ABS). Agrega também sob o mesmo teto e com direção compartilhada as sociedades co-irmãs: Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABROS) e Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), ambas criadas para atender necessidades específicas de dentistas e médicos.

A ABS é reconhecida mundialmente. A associação promove inúmeras atividades, incluindo cursos, reuniões com a sociedade civil e com os gestores de políticas públicas, além de promover diálogo constante com a sociedade sobre os mais diversos temas relacionados ao sono. A Associação Brasileira do Sono é responsável também pelo periódico científico Sleep Science, revista publicada em inglês com reconhecimento mundial, recebendo artigos científicos originais de todas as partes do planeta.

As regionais do sono estão presentes em 22 estados do Brasil.