1º de Maio é uma ocasião oportuna para refletirmos sobre a condição dos trabalhadores brasileiros. Como dirigente sindical, envolvida há anos nas lutas por melhorias para as categorias que representamos, enxergo com clareza que ainda falta muito para vivermos situação ideal. Os salários são defasados em relação ao custo de vida, as mulheres ainda são tratadas com diferenciação, as condições em muitos locais de trabalho deixam a desejar. Enfim! Uma série de ajustes e melhorias precisa acontecer.
Mas estes trabalhadores com Carteira assinada e representados pelos sindicatos, mesmo com as situações acima citadas, ainda são “privilegiados”. Apesar de tantas perseguições e dificuldades impostas pelo setor empresarial e governo, os sindicatos sérios vem historicamente conquistando avanços para os trabalhadores. As convenções ou acordos coletivos não caem do céu. São negociados e trazem segurança e melhorias como reajuste salarial nas datas-bases, pisos por categoria, vale-refeição, auxílio creche, participação nos lucros, estabilidades, proibição de tratamentos diferenciados por gênero, reconhecimento de direitos homoafetivos e outras tantas cláusulas que minimizam o desequilíbrio na relação capital/trabalho.
Se temos estas conquistas para quem é representado por uma entidade, temos na outra ponta um mar de esquecidos. Os políticos astutos e os pseudo intelectuais instalados em suas salas confortáveis trataram de dar a eles um nome pomposo: empreendedores. É um eufemismo. São sobreviventes de uma política nefasta, que empurra para a informalidade e não traz de volta. Hoje temos mais de 25 milhões esparramados pelo país. É o maior número da série histórica, que começou há 10 anos ser medida pelo IBGE. É o resultado da falta de fôlego da economia e da ineficiência do Poder Público em criar empregos formais. Esperemos dias melhores para o conjunto da massa trabalhadora. Mas voltemos nossos olhos principalmente para o contingente desassistido.
Helena Ribeiro da Silva
Presidenta do SEAAC de Americana e Região