Nos últimos meses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu mais de 21 mil denúncias de Fake News sobre as eleições nas redes sociais. O levantamento da Corte foi realizada desde o final de junho até a última sexta-feira, 07 de outubro de 2022.
Na obra “Democracia Hacekada”, escrita pelo britânico especialista em mídias e Política Econômica, Martin Moore analisa como o uso do Facebook, Twitter e Google afetam as decisões de voto nas eleições e manipulam ideias. Ele ainda mostra como os usuários das redes sociais tornam-se cada vez mais vulneráveis às desinformações, além de explicar como identificar as fake news e combater este ato.
A revolução nas comunicações digitais – o colapso dos veículos de comunicação e a ascensão de plataformas tecnológicas hegemônicas como Google, Facebook e Twitter – vem maltratando as nossas eleições, derrubando candidatos convencionais e matando afogados os partidos de centro. Mais ainda, vem reestruturando a política, correndo as instituições existentes e remodelando o papel de cidadão.
(Democracia hackeada, p. 11)
O trecho escrito por Martin Moore, diretor do Centre for the Study of Media, Communication and Power e conferencista sênior do Departamento de Política Econômica da faculdade King’s College de Londres, dá o tom sobre a abordagem do livro Democracia hackeada: como a tecnologia desestabiliza os governos mundiais, publicado no Brasil pela Editora Hábito.
Na obra dividida em três partes e nove capítulos, o escritor explica como os cidadãos usam as ferramentas das redes sociais para incubar protestos e coordenar ações coletivas contra governos autoritários e autocráticos. Segundo ele, porém, ao desenvolver essas revoluções por meio da tecnologia, os governos democráticos aproveitam para usufruir dessas plataformas e se autopromover. “Erraram ao presumir que suas ferramentas eram inerentemente democratizantes, quando a tecnologia apenas permitia novas maneiras de alcançar objetivos políticos. Usaram as ferramentas digitais para correrem atrás de seus objetivos e obtiveram benefícios desproporcionais. Não importava se os alvos eram democráticos, autocráticos ou anárquicos”, revela Moore.
Democracia Hackeada é o panorama de um mundo em que cidadãos são reduzidos a dados e submetidos à análise e ao processamento de vigilância em tempo real, no qual o indivíduo está sujeito à criminalidade subentendida. Ainda, o especialista em Política Econômica compartilha com o leitor como isso pode gerar consequências negativas no bem-estar social, na liberdade e privacidade dos usuários de redes sociais – pois, para Moore, o celular causa mais impactos na vida das pessoas do que a mudança de governo.
O livro é uma análise de como governos autoritários, elites abastadas e hackers extremistas conseguem manipular escolha de votos no período eleitoral, além de burlar processos democráticos e transformar o Facebook, Google e Twitter em campos de batalha para formar opiniões. Pois, à medida que os usuários migram para a vida on-line, tornam-se cada vez mais vulneráveis às Fake News, já que as plataformas digitais são construídas para conquistar a atenção com base no lance mais alto: manipular ideais.
Ficha Técnica:
Título: Democracia hackeada
Subtítulo: como a tecnologia desestabiliza os governos mundiais
Autor: Martin Moore
Editora: Hábito
Edição: 1ª.ed. 2022
Páginas: 368
ISBN: 978-65-84795-10-5
Preço: R$ 59,90
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