O primeiro semestre de 2021 acaba de chegar ao fim, mas a expectativa já é de recorde pelo segundo ano seguido para o financiamento imobiliário, que cresceu 57,5% no ano passado.

O que indica a favorabilidade para este marco é que, no primeiro trimestre de 2021, o volume de financiamentos imobiliários deu um novo salto de 113% em relação aos três primeiros meses de 2020.

Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), as operações de janeiro a março deste ano atingiram o valor recorde de R$ 43,1 bilhões. Foram vendidas 187,6 mil unidades.

No ano passado, somente no Banco Bari, o total liberado para financiamentos foi de R$ 124 bilhões. Em 2021, a previsão é de que o total dos financiamentos chegue a R$ 160 bilhões. São quase R$ 40 milhões a mais do que no último ano – uma alta de mais de 30% projetada pela Abecip no ano.

O que está acontecendo

Uma série de fatores têm contribuído para este cenário favorável, mesmo em meio às dificuldades trazidas pela pandemia, como o aumento dos preços de materiais de construção.

A queda dos juros do crédito imobiliário facilitou essa escalada. As taxas, que ficavam na média de 11% em 2016, caíram para cerca de 6% atualmente.

Mesmo com a expectativa de aumento da Selic para 6,75% até o fim do ano, a elevação dos juros pode até desacelerar um pouco o ritmo, mas não vai afetar a tendência de alta registrada no setor. Já para o fim de 2022, a estimativa é que a taxa básica suba para 7% ao ano. Sendo mais futurista ainda, para 2023 e 2024 a previsão é de 6,50% ao ano.

A poupança das famílias mudou na pandemia. Os mais ricos viram suas poupanças crescendo, enquanto os mais pobres sofreram com a perda de emprego ou redução de salários.

Com o susto, muitos começaram a poupar mais. Assim, conseguiriam enfrentar qualquer emergência que fosse. Além do mais, o desemprego iminente assustava o brasileiro que guardava o que podia, em caso de urgência. Isso fez o consumo cair, e a poupança aumentar. Inclusive, mais de 70% dos brasileiros começaram a poupar.

Em termos de procura por imóveis, aumentou a demanda por propriedades maiores e fora das cidades em detrimento dos pequenos apartamentos na capital, sejam opções na planta, em leilões, usados e imóveis de luxo.

Houve quem preferiu uma casa mais ampla para a família e quem preferiu investir para alugar e gerar uma renda extra.

No período, a adaptação às novas tecnologias ajudou o setor imobiliário. As plataformas de venda e aluguel de imóveis e as imobiliárias tradicionais passaram a oferecer tours virtuais, o que garantiu que os interessados continuassem a procura pelo imóvel ideal.

Por fim, o déficit habitacional histórico no Brasil continua elevado, com 5,8 milhões de moradias, e a tendência é de aumento, de acordo com os dados revisados pela Fundação João Pinheiro referente ao ano base de 2019. Ou seja, ainda há uma expressiva demanda para a aquisição da casa própria ou troca pela segunda moradia.

Financiamento imobiliário e taxa Selic

Aumentos na taxa básica de juros tendem a impactar as taxas cobradas nos empréstimos imobiliários. A elevação também cria piores condições de crédito e reduz a atratividade do setor para investimentos.

Nos últimos seis anos, o movimento registrado foi de queda na Selic. Como consequência, ficou mais barato financiar um imóvel. Porém, o momento voltou a ser de alta.

O primeiro aumento veio em março, quando a Selic passou de 2% ao ano para 2,75%. Seis semanas mais tarde, o Copom decidiu subir a taxa para 3,5%, e, nas últimas semanas, a taxa básica foi para 4,25% – a terceira alta consecutiva de 0,75 pontos percentuais. Para agosto, o mercado já prevê nova alta de 0,75%.

Apesar das altas, ainda não há indicação de um encarecimento imediato do crédito imobiliário. Levará algum tempo para que os efeitos cheguem ao mercado imobiliário de forma considerável. Ou seja, ainda é um ótimo momento para adquirir um imóvel.

Dicas para financiar um imóvel

Para ter maiores chances de aprovação no financiamento imobiliário e ter acesso às melhores condições que os bancos oferecem, é primordial ter um bom histórico de pagamentos.

Inadimplentes também têm chances de conseguir aprovação, porém, as taxas de juros para este público são mais altas, o que onera a compra da casa própria.

Os bancos reservam as melhores oportunidades de crédito imobiliário a clientes com relacionamentos duradouros com a instituição, pois o histórico de crédito mais longo permite avaliar melhor o perfil do pagador.

O Banco Bari, por exemplo, disponibiliza um simulador de financiamento imobiliário para que você possa descobrir seu potencial de compra e escolher a melhor opção.

Ter uma entrada é importante, já que os bancos realizam o financiamento de 70% a 90% do valor do imóvel em até 35 anos. Além das economias, o FGTS pode compor o montante, desde que o valor da avaliação da propriedade residencial em questão seja de até R$ 1.500.000,00.