A taxa básica de juros do Brasil (Selic) está no seu menor patamar histórico, e a economia dá sinais de recuperação. Esse cenário beneficia os ativos financeiros de risco. Mas escolher onde aplicar seu dinheiro ainda é um dos principais desafios dos brasileiros, que estavam acostumados com altos retornos em investimentos conservadores. Agora, para obter retornos acima da média, é necessário correr riscos, que podem, no entanto, ser diluídos ao diversificar sua carteira.
Confira a seguir cinco investimentos que podem fazer parte do seu portfólio em 2021:
1 – Fundos DI simples isentos de taxa administração
O primeiro investimento do portfólio deve ser alocado em uma aplicação de baixíssimo risco que tenha possibilidade de resgate rápido. Para a chamada “reserva de emergência”, algumas plataformas digitais disponibilizam fundos DI simples (que investem apenas em Tesouro Selic) isentos de taxa de administração. São alternativas seguras, com resgate no mesmo dia e mais rentáveis que a poupança. Além de ser a parcela conservadora do portfólio, esse colchão de liquidez é importante para cobrir despesas de curto prazo e para aproveitar oportunidades de investimento que apareçam no caminho. Ou seja, é o seu caixa remunerado.
2 – Fundos multimercados
O investimento em fundos multimercados é interessante para uma parcela da carteira, uma vez que os gestores conseguem realizar investimentos mais sofisticados e não tão acessíveis ao investidor pessoa física comum. Esses fundos podem investir em ativos de renda fixa e variável, e acessar oportunidades no mundo inteiro, nos mercados de bolsa, câmbio e juros. Atualmente, é possível encontrar fundos de excelentes gestoras com aplicações mínimas mais baixas, antes acessíveis apenas aos milionários.
3 – Ações
Com a melhora da economia e o crescimento dos lucros das empresas, a compra de ações pode potencializar os retornos do portfólio, ao mesmo tempo que adiciona mais risco. O investidor pode ganhar na valorização dos papéis e também na distribuição dos lucros pela empresa, via pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio. Caso o investidor não tenha capital para diversificar o portfólio com papéis de diferentes empresas e setores, visando reduzir o risco, pode fazê-lo via ETFs ou fundos de ações. Quanto alocar em renda variável irá depender da capacidade de tomar riscos e objetivos do investidor. É importante conversar com um profissional do mercado.
4 – Fundos imobiliários
Os fundos imobiliários também são bons instrumentos para compor o portfólio, uma vez que podemos ter um ambiente mais favorável para essa classe de ativo, com uma expectativa de recuperação do mercado imobiliário e com os juros em patamares baixos. Como o lote padrão dos FIIs é de apenas uma cota e algumas corretoras não cobram corretagem, não é necessário concentrar grande parte do patrimônio em apenas um fundo – é possível diversificar com fundos de edifícios comerciais, galpões logísticos, shoppings ou em ETFs. Além disso, os rendimentos (aluguéis) são isentos de IR para pessoa física, sendo alternativa mais vantajosa do que investir em imóveis físicos.
5 – Dólar
É importante sempre ter parte do seu dinheiro em ativos que servem como proteção (hedge) para a carteira. A moeda americana tende a se valorizar frente ao real em cenários desfavoráveis para a economia brasileira e também em crises mundiais. Uma vez que não sabemos quando um evento negativo poderá ocorrer, incluir seguros no portfólio permite ao investidor ter posições maiores em ativos de risco. A alocação em dólar pode ser feita via fundos cambiais, moeda em espécie, BDRs, ETFs internacionais e/ou investimentos no exterior.
Por Walter Poladian, CFP® *