Até bem pouco tempo atrás a atividade cultural era tratada aqui no Brasil apenas como patrimônio simbólico, mas hoje vemos um
recente despertar de interesse do mercado na cultura como atividade econômica. A cultura como atividade econômica saiu do
confinamento e ultrapassou fronteiras, porém sofre com vícios e dependências por estar diretamente ligada aos poderes político e
econômico. 
?? um mercado promissor, mas ainda embrionário o que exige uma forte articulação entre os integrantes dessa cadeia
produtiva para a conquista da sociedade em relação à sua importância.
O produtor cultural independente Antônio Colpani que atua no mercado cultural brasileiro a mais de dez anos, nos falou de suas
produções e experiências, também como ele vê o mercado cultural brasileiro: 
???Eu sempre estive envolvido com processos criativos.
Em parceria com a Dani Crisani fizemos diversas produções musicais, shows e eventos de pequeno porte, porém sempre com boa
aceitação do publico. Mas a dificuldade é muito grande devido a necessidade de utilizar recursos financeiros próprios para conseguir
esses feitos. Nas trocas de experiência com outros produtores fui percebendo que as dificuldades que eu enfrentava para colocar
meus projetos de pé eram muito comuns a todos do setor, por isso passei buscar outras alternativas como patrocinadores e até
mesmo leis de incentivo. Não tem sido fácil, mas estou aqui até hoje e pretendo continuar”, resume Colpani. 
No passado, quando uma empresa decidia investir em produções culturais buscava opções que refletiam a identidade da marca e que
apresentassem possibilidades de retorno do investimento, geralmente o proprietário do negócio era o responsável por captar ideias e
ações que se associavam aos seus propósitos. 
O crescimento de alternativas para investimento no marketing cultural, no entanto,
inverteu essa relação. Hoje os produtores culturais já traçam o perfil de seu publico alvo e munidos dessas informações valiosas
personalizam seus projetos de acordo com os anseios dos investidores. Desta forma, antes de solicitar, a empresa já recebe
propostas correspondentes ao seu perfil, com todas as oportunidades de retorno avaliadas e com todas as ações adaptadas a sua
forma de atuação. 
Colpani nos conta como isso funciona no campo político e econômico: ???existe a lei Rouanet, o Proac, e diversos outros mecanismos e
a maioria trabalha com a isenção de impostos em troca de apoio financeiro ao projeto apresentado pelo produtor, porém não é nada
fácil conseguir aprovação do governo para poder atuar e ainda existe muita resistência das empresas em apoiar o pequeno produtor,
com todo assedio de artistas consagrados, mas são alternativas possíveis para quem está na luta, busco tornar meu projeto atrativo e
assim também conquisto meu espaço, temos que acreditar???. 
Embora ainda exista um longo caminho a ser percorrido, a disseminação de cultura nunca foi tão democrática. Muitas empresas
investiam na cultura apostando no caráter de caridade, mas a atual realidade demonstra que as produções têm sido pleiteadas por
outras razões, com um retorno real do investimento. Os produtores, por sua vez, ficam com a missão de transmitir a mensagem da
melhor maneira possível, estabelecendo relacionamentos duradouros e canais de comunicação sempre abertos.