(Reuters) – Países europeus se empenhavam nesta quarta-feira em tentar salvar o acordo nuclear internacional com o Irã depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou seu país do pacto histórico, e Teerã expressou desprezo pelo líder norte-americano.
???O acordo não está morto. Existe uma saída norte-americana do acordo, mas o acordo ainda está de pé???, disse o ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que sempre foi relutante em seu apoio ao acordo e continuava desconfiado de Washington, acusou Trump de mentir, dizendo: ???Senhor Trump, digo a você em nome do povo iraniano: você cometeu um erro???.
O presidente da França, Emmanuel Macron, deve conversar mais tarde nesta quarta-feira com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, informou Le Drian. Teerã também sinalizou sua disposição para conversar.
Trump anunciou na terça-feira que vai retomar sanções econômicas contra o Irã para minar o que classificou como ???um acordo horrível e unilateral que nunca, nunca deveria ter sido feito???.
O pacto de 2015, negociado pelos EUA, cinco potências mundiais e o Irã, suspendeu sanções impostas a Teerã em troca da limitação de seu programa nuclear. Fruto de mais de uma década de diplomacia, o entendimento foi concebido para impedir os iranianos de obterem uma bomba nuclear.
Trump criticou o acordo, a principal conquista de política externa de seu antecessor Barack Obama, pelo fato de não abordar a questão dos mísseis balísticos do Irã, suas atividades nucleares depois de 2025 e seu papel nos conflitos da Síria e do Iêmen.