Preconceito é um tema sobre o qual é preciso falar sempre. Não há motivos para se calar quando qualquer pessoa sofre pelo simples fato de ter uma origem, uma cor de pele ou uma doença que a diferencie das demais e a leve a ser tratada de maneira desigual ou injusta.

O filme ‘120 Batimentos por Minuto’, de Robin Campillo, enfoca, na França do início dos anos 1990, o grupo ativista Act Up, engajado na luta para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação à Aids. A abordagem mescla a visão da organização como um todo com a história de alguns integrantes.

A forma de conduzir as reuniões, com o estalar dos dedos, por exemplo, substituindo as palmas, o planejamento de ações de impacto junto à mídia, a avaliação dos sucessos e dos fracassos e o diálogo complexo e repleto de desconfiança com os laboratórios traz importantes ensinamentos.
Também estão ali histórias individuais. E cada uma delas proporciona uma visão do movimento, desde um maior radicalismo nas posturas políticas até um tom mais conciliatório. O que mais impressiona é a maneira como o estar vivo e doente dialoga com a morte. As formas de trabalhar essa linha tênue são tratadas com sensibilidade.