Artista plástico americanense com destaque no cenário nacional e internacional, Leonardo Smania ficou espantado com as críticas feitas a um mural dele na cidade. E teve que ‘se explicar’, mas aproveitando para chamar atenção e pedir apoio da comunidade à Apae de Americana (link no final da reportagem).
???Pô, daora a arte, heim… Mas tinha que ser preta????Galera, essa é a Gleice. A Gleice é uma mulher de 30 anos de idade e aluna do programa SERVIVER, da Apae de Americana ??? que é um programa destinado a adultos maiores de 30 anos e idosos de todas as idades. Eu conheci ela no ano passado, quando ainda fazia parte do programa Ensino Fundamental Modalidade Sócio – Educacional, e logo me apaixonei pelo jeito mansinho e carinhoso dela, e claro, sempre sorridente!
Sobre a frase acima? Ah, para a minha surpresa ela foi dita por um indivíduo de classe média e que também era negro, o que poderia nos abrir um leque de interpretações, mas não vou me ater a isso aqui. Ela, contudo, não foi a única frase de cunho racista que ouvi durante os 7 dias que fiquei pintando o mural e traduz muito bem o porquê escolhi pintar a Gleice na avenida mais movimentada de Americana. Gleice é mulher, negra, deficiente e acima do peso. Numa sociedade estruturalmente racista e patriarcal, Gleice representa uma minoria que habita os seus degraus mais baixos, ainda mais morando em uma cidade como Americana.
No último mês, enquanto procurava dar continuidade a essa campanha e tive que sair pela cidade procurando e pedindo murais, eu pude acompanhar bem a mentalidade do americanense e a consequente dificuldade de se levar no peito uma campanha independente como essa. De pessoas que não chegam nem a me receber pra conversar e indivíduos que apagam bituca de cigarro no meio da arte (sim, isso aconteceu e não foi por acaso) ficou bem claro pra mim a dificuldade de se propagar a arte em uma região tão rasa culturalmente. Eu poderia dizer carente, mas carente ela não é. Americana é uma cidade elitizada, aqui a grande maioria dos seus cidadãos têm acesso a escola. O problema é realmente o pouco interesse em se fomentar a arte, mesmo nas escolas ??? a não ser que sua arte disponha de alto status e você possa sair com a cara estampada na coluna social. Por mais que não se concorde ou entenda o que ela representa.
Por todas essas razões, eu me senti extremamente feliz em pintar a Gleice ali, e mais feliz ainda em ver a alegria dela, a alegria de se ver representada no lugar mais movimentado da cidade!
Por outro lado também, hoje tenho recebido apoio de alguns poucos indivíduos ??? porém muito determinados ??? que se mostraram dispostos a me ajudar, e por essa razão, com a mobilização coletiva, talvez seja possível vislumbrar a continuidade e quem sabe até ações muito maiores para 2017. Mas no fundo, eu agradeço mesmo o apoio que meu pai, minha mãe e minha irmã sempre deram. Sem eles nada disso teria nem começado. Desculpem o desabafo.
Para quem quiser contribuir com a campanha e ajudar a viabilizar um 2017 melhor para a Gleice, o Murilo e todos os demais clientes e alunos que precisam da Apae da cidade, segue o link abaixo. Conto com vocês! Juntos somos fortes.https://www.catarse.me/apaeamericanajuntossomosfortes
Artista lamenta críticas e revela modelo de mural
Artista plástico americanense com destaque no cenário nacional e internacional, Leonardo Smania ficou espantado com as críticas feitas a um mural dele na cidade. E teve que ‘se explicar’, mas aproveitando para chamar atenção e pedir apoio da comunidade à Apae de Americana (link no final da reportagem).
???Pô, daora a arte, heim… Mas tinha que ser preta????Galera, essa é a Gleice. A Gleice é uma mulher de 30 anos de idade e aluna do programa SERVIVER, da Apae de Americana ??? que é um programa destinado a adultos maiores de 30 anos e idosos de todas as idades. Eu conheci ela no ano passado, quando ainda fazia parte do programa Ensino Fundamental Modalidade Sócio – Educacional, e logo me apaixonei pelo jeito mansinho e carinhoso dela, e claro, sempre sorridente!
Sobre a frase acima? Ah, para a minha surpresa ela foi dita por um indivíduo de classe média e que também era negro, o que poderia nos abrir um leque de interpretações, mas não vou me ater a isso aqui. Ela, contudo, não foi a única frase de cunho racista que ouvi durante os 7 dias que fiquei pintando o mural e traduz muito bem o porquê escolhi pintar a Gleice na avenida mais movimentada de Americana. Gleice é mulher, negra, deficiente e acima do peso. Numa sociedade estruturalmente racista e patriarcal, Gleice representa uma minoria que habita os seus degraus mais baixos, ainda mais morando em uma cidade como Americana.
No último mês, enquanto procurava dar continuidade a essa campanha e tive que sair pela cidade procurando e pedindo murais, eu pude acompanhar bem a mentalidade do americanense e a consequente dificuldade de se levar no peito uma campanha independente como essa. De pessoas que não chegam nem a me receber pra conversar e indivíduos que apagam bituca de cigarro no meio da arte (sim, isso aconteceu e não foi por acaso) ficou bem claro pra mim a dificuldade de se propagar a arte em uma região tão rasa culturalmente. Eu poderia dizer carente, mas carente ela não é. Americana é uma cidade elitizada, aqui a grande maioria dos seus cidadãos têm acesso a escola. O problema é realmente o pouco interesse em se fomentar a arte, mesmo nas escolas ??? a não ser que sua arte disponha de alto status e você possa sair com a cara estampada na coluna social. Por mais que não se concorde ou entenda o que ela representa.
Por todas essas razões, eu me senti extremamente feliz em pintar a Gleice ali, e mais feliz ainda em ver a alegria dela, a alegria de se ver representada no lugar mais movimentado da cidade!
Por outro lado também, hoje tenho recebido apoio de alguns poucos indivíduos ??? porém muito determinados ??? que se mostraram dispostos a me ajudar, e por essa razão, com a mobilização coletiva, talvez seja possível vislumbrar a continuidade e quem sabe até ações muito maiores para 2017. Mas no fundo, eu agradeço mesmo o apoio que meu pai, minha mãe e minha irmã sempre deram. Sem eles nada disso teria nem começado. Desculpem o desabafo.
Para quem quiser contribuir com a campanha e ajudar a viabilizar um 2017 melhor para a Gleice, o Murilo e todos os demais clientes e alunos que precisam da Apae da cidade, segue o link abaixo. Conto com vocês! Juntos somos fortes.https://www.catarse.me/apaeamericanajuntossomosfortes