Cartas do Primeiro Comando da Capital (PCC), apreendidas
pela Polícia Militar (PM) no sábado (8), revelam um plano para matar o promotor
que combate a facção no interior de São Paulo e o coordenador dos presídios da
região oeste. O Ministério Público criou uma força-tarefa para investigar as
ameaças e reforçou a segurança pessoal de Lincoln Gakiya, que atua no Grupo de
Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente
Prudente.

O material com as ameaças da facção estava com duas mulheres
que haviam visitado presos na região de Presidente Venceslau. Elas foram
detidas pela PM. Escritas em código, elas trazem mensagens de integrantes da
facção. Em uma das cartas, os bandidos indicam a rotina do promotor e do coordenador.
“A cidade dele é bem maior pra dar balão, depois é mais difícil, mas os
irmãos tão nessa pegada.”

Um dos trechos da segunda carta, escrita em 2 de dezembro,
diz: “Os amigos querem informações toda semana para saber se vocês estão
chegando com a sintonia com lealdade já demonstrada em outras situações
importantes para a família???. A Justiça analisa um pedido do Ministério Público
de transferir o chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido
como Marcola, e outros membros da facção para um presídio federal.

Desde então, a região de Presidente Venceslau está com
reforço policial e do Exército. Segundo o MP, não há prazo para o efetivo
deixar o local. Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça, declarou apoio ao
promotor. “Em nome de 2.000 promotores e procuradores de Justiça vem a
público manifestar o mais irrestrito apoio ao colega Lincoln Gakiya, ameaçado
por uma facção criminosa em virtude do cumprimento de suas atribuições”,
diz a nota.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) diz que “adotou, há algum tempo, todas as providências necessárias ao impedimento de eventuais ações em Presidente Venceslau incluindo a proteção da população local e do efetivo policial empregado na missão. Por determinação da pasta o promotor citado já está sob escolta policial.”
Já a Secretaria da Administração Penitenciária disse que “combate diuturnamente o crime organizado em parceria com a inteligência das Policias e com o MP e que estão sendo tomadas todas as providências para a manutenção da segurança dos servidores. Mais informações não podem ser fornecidas por questão de segurança. Em relação a prisão realizada pela Polícia, solicitamos que os questionamentos sejam direcionados à Secretaria de Segurança Pública”.