Pela primeira vez em São Paulo, as exibições gratuitas (nove ao todo) circulam por cinco cidades do interior (a partir de abril) com dramatização aberta, construída por Rabito em conjunto com o público, que se torna cúmplice das estripulias do palhaço.

Toda encenação é fundamentada nas raízes circenses e expressam a linha tênue entre caos e ordem, uma vez que Rabito, ao expor suas debilidades, emoções e fraquezas, se coloca em cena como um espelho social. A partir deste confronto, o público passa a se enxergar igualmente como um ser mais frágil, perverso e humano

“Para o VagaMundo, o palhaço é um importante agente de transformação social, já que ele é capaz de instaurar um espaço de encontro real entre as pessoas, no qual é possível celebrar nossas diferenças. Desse encontro surge o riso, cuja potência transformadora é capaz de nos levar a outras esferas da experiência da vida. O palhaço é um ser diverso por natureza, que vive fora das regras sociais e se permite viver sob uma lógica mais direta com a vida, mais transparente… E no momento em que o público aceita esse ser que tem outra lógica, que vive de outra forma, e que se expressa de outro modo, também passa a aceitar melhor sua própria diferença e a diversidade tão bela que existe entre todos nós”, explica Gabriela Santos, diretora do espetáculo.

Responsável por dar vida a Rabito, o ator Daniel Lucas já emocionou mais de 42 mil pessoas com a encenação que, como ele próprio diz, “é um momento de experimentação conjunta que fortalece o vínculo público-ator, valorizando os encontros particulares e compartilhados”. De acordo com o artista, o palhaço é um operador de emoções que se atreve a mostrar novas possibilidades. “O palhaço mostra que podemos pensar e agir de formas diferentes, fora dos padrões de comportamento, e que não precisamos levar a vida tão a sério. E é exatamente por esse motivo que o público ri do palhaço, porque se identifica com a sua singularidade. As pessoas tendem a rir do próprio fracasso, e o palhaço é a pura aceitação de quem realmente somos”, comenta ele.

Apresentada em mais de 90 cidades, a atração é conduzida em pouco mais de uma hora com o objetivo de tirar o público da sua zona de conforto. “O espetáculo é, assim, um chamado para a liberdade de ser o que se é, sem medo, sem julgamento, um possível instante de liberdade compartilhada”, encerra Gabriela. 

Na RMC, o espetáculo chega a Campinas na próxima quinta-feira, 25, com sessão dupla (às 09 e 14h) no Instituto Padre Haroldo (unidade Jd. Boa Esperança). No sábado, 27, é a vez do público de Cosmópolis se divertir com Rabito, que se apresenta às 20h no Auditório Paulo Freire.

Realizado pelo Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa com recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC-ICMS), Banana com Canela é uma idealização do Teatro Vagamundo com produção da Numen Produtora e patrocínio da Bispharma (em Campinas) e do Enxuto (em Cosmópolis).