Um estudo da PwC mostra que a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025 ??? o número é 20 vezes maior do que o obtido em 2014, quando o segmento foi responsável por US$ 15 bilhões. Parte desse valor estará nas grandes empresas de economia colaborativa, como o Airbnb e a 99, mas também em novos negócios, caso da curitibana Kultivi (www.kultivi.com), uma plataforma de ensino gratuita, que conta com mais de 80 cursos em diferentes áreas, como idiomas, empreendedorismo, medicina e voltados ao Enem e à OAB ??? ao todo, soma mais de 4 mil aulas distintas.
???Após 8 anos no mercado de edição de material didático e cursos preparatórios para concursos, observamos que o modelo de negócios predominante ??? com os usuários pagando pelos cursos ??? estava perdendo fôlego. Desse insight, surgiu a ideia de buscar um novo modelo, no qual os usuários contassem com conteúdo de primeira, mas sem a necessidade de pagamento???, afirma Cláudio Matos, um dos sócios da Kultivi, ao lado dos empresários Ricardo Pydd, Emir Conceição e Carlos Siaudzionis.
De acordo com números da Kultivi, a plataforma conta hoje com 301 mil inscritos. Atualmente, a empresa conta com mais de 150 mil inscritos no canal de Youtube ??? com avaliações positivas em 98,3%. Por dia, são em média 60 mil usuários acompanhando as diferentes aulas. ???Na plataforma, a maioria dos usuários busca cursos de idiomas, especialmente o inglês???, diz Matos. Uma pesquisa da Catho apontou que somente 5% dos brasileiros falam um segundo idioma, sendo que menos de 3% – o equivalente a 1,5 milhão de pessoas – têm proficiência na língua. Com o domínio de um segundo idioma, o aumento do salário pode chegar a 52%, segundo o levantamento da companhia.
Até o início do mês de julho, a Kultivi contava com 89 mil alunos no curso de inglês ??? que oferece 230 aulas e materiais de apoio ???, além de 21 mil em espanhol, 18 mil em francês e 7 mil em italiano. ???Um curso de inglês como o nosso, se vendido, não sairia por menos de R$ 10 mil. Na Kultivi, com a democratização do ensino, esperamos formar milhões de novos poliglotas???, diz Matos. Outro perfil que busca o conteúdo é o de estudantes interessados em realizar provas de exames, como o Enem ou a OAB. ???Logo em seguida, aparecem os alunos buscando conteúdo para o Enem. No YouTube, a maioria dos usuários é de estudantes universitários, especialmente de Direito, que buscam as aulas em época de provas e exames para revisar os assuntos???, relata Matos.

Como é possível gerar conteúdo de forma gratuita para os estudantes?
A lógica de funcionamento é simples. A plataforma é mantida pela venda de espaços publicitários para marcas parceiras que acreditam no projeto, além da captação de recursos na iniciativa privada. ???São empresas que querem desenvolver educação de qualidade no Brasil e atrelar sua marca a esse projeto???, explica o sócio da Kultivi. Outra forma de manutenção do projeto está no apoio prestado por Pessoas Físicas e Jurídicas. Por meio da iniciativa chamada de ???Apoia.se???, é possível que qualquer um contribua com o projeto. Mais da metade dos recursos doados ??? 56% – é destinado aos profissionais, que são remunerados de acordo com o valor de mercado.
Entre os professores, encontram-se aqueles com experiência em instituições de ensino públicas e privadas, com titulações elevadas, como mestres e doutores, assim como jovens educadores com uma didática mais dinâmica, especialmente para os cursos preparatórios para os exames.
EmpreendedorismoUma das novidades recentes da plataforma são as formações específicas para a área de negócios, especialmente o empreendedorismo. A criação e a sobrevivência de novos negócios podem contribuir para que a economia dê o salto de crescimento esperado para os próximos anos. ???Se as pessoas tiverem um mínimo de conhecimento técnico para gerir seus empreendimentos, a vida de todos tende a melhorar muito nos próximos anos???, projeta Cláudio Matos. De 2007 a 2017, o número de empreendedores no Brasil cresceu 237%: saltando de 14,6 milhões para 49,3 milhões de pessoas trabalhando por conta própria, conforme o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que conta com a participação do Sebrae.