A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou recentemente as orientações para o uso e a produção das máscaras de pano para a proteção contra o contágio pelo novo coronavírus. Entre as recomendações estão a ampliação das situações em que o item deve ser utilizado para prevenir a disseminação da doença e quais tecidos devem ser usados na fabricação.
Deste modo, todas as pessoas que residirem em locais com ampla transmissão da Covid-19 e que não exista a possibilidade do distanciamento social devem usar máscaras sempre que saírem às ruas. Cidadãos com 60 anos ou mais e médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham em hospitais devem usar a versão médica das máscaras, já que estão mais expostos à doença.
Além disso, as máscaras precisam conter, no mínimo, três camadas de tecidos diferentes. Na parte externa, o pano tem que ser resistente à água, como o poliéster. No meio, é importante que a camada haja como um filtro, e pode ser feita de um material sintético, como o polipropileno ou o algodão. Por fim, o tecido mais próximo à boca deve absorver bem a água, como o algodão.
Para aumentar a demanda do material, as fabricações dos modelos de pano foram expandidas e implementadas em indústrias de produção de roupas, que assim puderam seguir com a linha de produção, mesmo diante do coronavírus, como as de lingerie e outras peças de roupas femininas.
“Estamos cuidando da saúde para que as pessoas possam evitar o contágio pelo coronavírus, com a esperança de que a pandemia passe logo e possamos retornar às nossas atividades normais. Também esperamos que a economia volte a funcionar em breve”, afirma a empresária Lúcia Iório, da Lingerie Lindelucy, que idealizou a campanha de produção dos materiais.
Ao todo, há 20 fábricas de lingerie de Juruaia, cidade localizada em Minas Gerais. Em outros locais do país, a iniciativa se repete. No Paraná, cerca de dez mil trabalhadores, espalhados por 150 indústrias, produziram as máscaras compradas pelos governos federal e estadual e pelas prefeituras.
“Ocupamos nossa linha para produzir as máscaras em um momento importante para a sustentabilidade da nossa empresa e dos empregos dos nossos 20 colaboradores”, comenta Marcelo Surek, proprietário da Decelo Malhas, indústria de pequeno porte em Curitiba que participou da produção.