Da DeutscheWelle- A ira dos paraguaios contra o que consideram uma gestão deficitária do governo da pandemia de covid-19 chegou às ruas. Os protestos, que atingiram seu auge nesta sexta-feira (05/06) com com confrontos com a polícia, já levaram à queda do ministro da Saúde. E os manifestantes querem agora a renúncia do presidente, o conservador Mario Abdo Benítez.

Com recorde de infecções, leitos de UTI lotados e um sistema de saúde à beira do colapso, o Paraguai, que chegou a ser elogiado por sua gestão da crise, também enfrenta falta de medicamentos para tratar pacientes de covid-19. A vacinação, além disso, avança lentamente: estima-se que apenas 0,1% da população foi imunizada.

Batalha campal em Assunção

Nesta sexta, os protestos começaram de forma pacífica, mas logo transformaram o centro histórico da capital Assunção em um campo de batalha. Pelo menos uma pessoa morreu e outras 18 ficaram feridas.

Policiais agridem manifestante: houve um morto e 18 feridos nos confrontosPoliciais agridem manifestante: houve um morto e 18 feridos nos confrontos

As forças de segurança dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo nos arredores do Congresso, enquanto os manifestantes tentavam romper barricadas e jogavam pedras na polícia.

Imagens exibidas pela imprensa local mostraram várias pessoas feridas por balas de borracha disparadas por policiais, e agentes das forças de segurança atingidos por pedras lançadas por alguns manifestantes.

O núcleo dos distúrbios foi uma área que inclui a sede da Polícia Nacional, a sede do Congresso e o Palácio do Governo. Depois do confronto, a multidão se dispersou por várias ruas do centro, gritando palavras de ordem contra o governo de Abdo Benítez.

O ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio, disse a jornalistas que os incidentes foram provocados por pessoas que se infiltraram na manifestação para gerar tumulto.

Barricada para impedir avanço dos manifestantes Barricada para impedir avanço dos manifestantes

Um grupo de manifestantes, calculado em cerca de 100 pela imprensa paraguaia, pretende fazer uma vigília diante do Congresso para exigir a renúncia de Abdo Benítez.