Campinas encerrou a 24ª Semana Epidemiológica (de 13 a 19 de junho) com 2.916 novos casos de coronavírus. O número, de acordo com o Observatório PUC-Campinas, é 65,4% superior em relação à semana anterior e ilustra o momento complicado enfrentado pelo município na pandemia. A ocupação de leitos de UTI no SUS está próxima de 100%.

A situação da cidade, que exibe um dos piores indicadores de mortalidade da região, fez a Prefeitura anunciar restrições de funcionamento em atividades presenciais de serviços e também no comércio. O toque de recolher ampliado, agora das 19h às 5h, teve início na última segunda-feira (21) e visa conter o avanço da covid-19.

A variação crescente de novas infecções e internações, iniciada desde o anúncio da fase transitória do Plano São Paulo, tem sido mostrada nas últimas notas técnicas produzidas pelo Observatório PUC-Campinas. De acordo com o infectologista André Giglio Bueno, a necessidade de medidas mais rígidas já podia ser observada há algumas semanas. Agora, a eficácia das ações de Campinas depende de planejamento coordenado com os outros municípios da RMC, que enfrentam o mesmo cenário neste momento.

Segundo os dados da 24ª Semana Epidemiológica, a ascensão do contágio ocorreu em todo o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), que integra, no total, 42 municípios. Houve aumento de 55,6% nos casos e 6,55% nas mortes. A variação foi a mesma da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em relação às novas infecções pelo coronavírus (+55%). Os óbitos na RMC caíram 1,20%.

Do aspecto econômico, a necessária implementação de novas restrições pode reverter a relativa positividade dos indicadores do 1º trimestre, que apresentaram recuperação da geração de empregos e do volume de exportações (102%). Os números contrastam com os índices do IBGE, que mostram queda na atividade industrial (-1,3%) e pequena alta nos setores de comércio (1,8%) e serviços (0,7%).

Coordenador das análises relativas à covid-19 pelo Observatório, o economista Paulo Oliveira reitera, ainda, a preocupação pelo baixo percentual de vacinados em Campinas e região. Apenas 12,3% da população do DRS-Campinas recebeu 2ª dose. “É importante frisar que as expectativas de retomada econômica estão associadas ao avanço e eficácia da vacinação”, complementa o docente.

Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no Painel Interativo do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.